O Transtorno de Compulsão Alimentar é atualmente o transtorno alimentar mais frequente na população. Dados mundiais mostram que cerca de 2 a 3% da população mundial sofre deste transtorno, e ele está presente em 20 a 30% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer. O grande efeito do Transtorno de Compulsão Alimentar é o sobrepeso e a obesidade, que é considerada hoje em dia um grave problema de saúde no mundo todo.
O quadro é caracterizado por episódios em que a pessoa sente grande necessidade de comer, mesmo estando sem fome ou já estando satisfeita. Ela perde o controle do que come e ingere grande quantidade de comida em pouco espaço de tempo, e isso gera um grande sentimento de culpa e sofrimento posterior. Esses episódio de compulsão alimentar se dão com comidas calóricas, em geral carboidratos. São características do Transtorno de Compulsão Alimentar comer rápido, comer sozinho ou escondido, e é frequente também o comer noturno, os famosos “assaltos à geladeira” de madrugada. Os pacientes relatam que durante grande parte do tempo tem pensamentos relacionados a comida.
As causas geralmente estão relacionadas ao estresse, à ansiedade e à busca de conforto emocional nos alimentos. Mais de 50% dos pacientes apresentam sintomas depressivos e mais de 40% apresentam sintomas ansiosos associados ao quadro.
Os sintomas podem ter início já na infância, por isso os pais devem estar atentos ao padrão e à qualidade alimentar de seus filhos. É frequente vermos crianças com quadros de compulsão alimentar e sofrendo as consequências disso.
Como se trata de um transtorno, é muito difícil que a pessoa consiga melhorar apenas com força de vontade. É importante procurar um médico psiquiatra para fazer o diagnóstico correto e definir o tratamento, que deve ser realizado de maneira multiprofissional, com psicólogo, nutricionista, e em alguns casos com medicamentos também.
Isabella Gouveia é médica psiquiatra (CRM-PR 21583) e atende na Essence (Willie Davids 390, sala 25)