O Hospital São Rafael está há seis meses sob o comando de uma nova diretoria e, neste período, encontrou um cenário de déficit mensal de cerca de R$ 153.882,36. O cálculo foi feito baseado nos primeiros cem dias em que a nova administração assumiu o hospital. A partir disso, a diretoria buscou estratégias e o hospital caminha para chegar a um déficit mais administrável, de cerca de R$ 5.993,54.
Para isso, a administração negociou algumas despesas e buscou mais alternativas de receita. Como relatou o diretor administrativo, Paulo Boçois de Oliveira, a diretoria conseguiu reativar a Portaria 3.426, que dá direito a R$ 50 mil mensais. Esse valor estará disponível para a instituição em meados de setembro, devido aos trâmites burocráticos “normais”.
O hospital está recebendo R$ 400 mil de custeio pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e mais R$ 200 mil de subvenção. “A lei fala que podemos receber 50% do valor que temos de custeio em subvenção”, explicou Paulo. Com o aumento do recurso previsto de produção, o valor do custeio chegará a R$ 450 mil no custeio e R$ 225 mil na subvenção, a partir o mês de agosto.
A novidade é que a administração conseguiu incluir nas rubricas que o valor da subvenção pode ser aplicado no pagamento das contas mensais da Copel e Sanepar. Além disso, o valor é usado em despesas como material hospitalar, farmacológico, honorários médicos, exames clínicos e outros. Redirecionando esses gastos, o hospital conseguiu voltar a pagar as férias atuais e os funcionários ainda estão recebendo cestas básicas por meio de uma parceria.
Quando o hospital voltar a recolher o FGTS corrente, estará apto a solicitar mais um recurso público para o próximo ano. “É por uma lei de 2013 que diz que a cada R$ 1 que você recolhe do SUS pelos tributos, abate R$ 1 da sua dívida, além de congelar a dívida”, explicou o diretor. Ainda, o HSR ingressou com uma ação judicial questionando R$ 12 milhões dos R$ 20 milhões que somam a dívida de tributos. “Tem uma chance acima de 90% desses R$ 12 milhões serem evaporados”, assegurou Paulo.
O objetivo macro é regularizar todas as dívidas do hospital. “De 5 a 8 anos, devemos exterminar a dívida tributária”, afirmou. A diretoria planeja realizar uma audiência pública de prestação de contas do hospital na Câmara Municipal e Paulo ainda relatou que será pedido que a intervenção municipal seja estendida até o primeiro trimestre de 2021. “É importante ressaltar que esses ajustes são para resolver o presente, porque para as despesas do passado nós não conseguiríamos destinar esses valores”, acrescentou o diretor financeiro, Sergio Cesar de Oliveira Branco.