Precisamos falar de suicídio e de automutilação

  1. Home
  2. /
  3. Notícias Antigas
  4. /
  5. Precisamos falar de suicídio...

    A campanha do “Setembro Amarelo”, mês de combate ao suicídio e incentivo à valorização da vida acontece anualmente no Brasil. Essa preocupação de saúde pública também existe em Rolândia, que conta com apoio dos CAPS para evitar estas trágicas situações.  


    Patricia Silvia de Souza, psicóloga do CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial) de Rolândia detalhou como acontece o processo na cabeça de uma pessoa em sofrimento. Tudo começa com a ideia de cometer o ato, que pode ser notada pelos chamados comportamentos de risco, como a auto-lesão, e também em mudanças bruscas de comportamento e o isolamento. “Não que a pessoa que se auto mutila porque está tentando morrer, geralmente as lesões são em locais que não são letais”, explicou Patricia. No entanto, auto-lesão pode ser praticada com frequência pela mesma pessoa e acabar incentivando a tentativa de suicídio.

    Os familiares e amigos podem perceber os sinais e orientar a pessoa a buscar ajuda. “Se uma pessoa, um familiar seu, chegar a um ponto de se cortar para sentir dor, ou tomar medicação ou planejar seu suicídio para chamar sua atenção, como está sua atenção em relação a essa pessoa?”, questionou a psicóloga.

    Além dos comportamentos de risco, é preciso se atentar também se a pessoa diz frases como “o mundo seria melhor se eu não existisse” ou “minha vida não tem mais sentido”. “Você precisa olhar para a criança, adolescente ou adulto que está fazendo aquele comportamento de risco e tentar entender para o que ele está tentando chamar a atenção”, declarou Patrícia.

    O objetivo da pessoa é acabar com a dor e os problemas, que para ela, parecem não ter outra solução. “A pessoa não comete a tentativa de suicídio porque ela quer morrer. O que ela quer é acabar com a dor e como não vê outra possibilidade, acaba indo por esse caminho”, relatou a psicóloga.


    O que fazer
    É preciso intervir antes que o ato aconteça, quando a pessoa ainda estiver na ideia ou planejamento. “Primeiro, sente e tente conversar para ver se você consegue tirar alguma coisa a mais, sentar para ouvir sem julgar a pessoa”, aconselhou. Patrícia ressaltou que é importante não emitir opiniões, mas sim orientar a pessoa a buscar o tratamento adequado no CAPS Infantil ou no CAPS. “Depois que a pessoa te contar, ofereça-se para procurar um especialista”, acrescentou.

 
    Se a pessoa não receber o cuidado adequado, infelizmente chega-se ao ato. “Se você chegar em casa e encontrar a pessoa na tentativa, com a medicação, corda ou lâmina, você precisa acionar o SAMU, pois é um momento de urgência, ou levar ao hospital”, orientou Patrícia.


    Jovens
    As escolas rolandenses vêm relatando o aumento de casos de automutilação entre adolescentes e jovens e têm procurado ajuda profissional, principalmente dos Centros de Atenção Psicossocial. Pensando nisso, o CAPS Infantil está promovendo um levantamento de dados para que os profissionais possam atuar nas instituições de ensino no combate à auto-lesão e ao suicídio.

 
    Entre os principais motivos para essas ações estão o bullying, problemas de relacionamento e, até fatos “normais”, como notas baixas. “O que pode parecer simples para nós, como tirar notas baixas, pode parecer algo sem solução para um adolescente”, ressaltou Patricia. De modo geral, o ser humano precisa aprender a reagir melhor com a frustração e rejeição, que se manifesta ainda mais intensamente entre adolescentes. “Na falta do que saber fazer com o sofrimento, o suicídio acaba sendo um caminho”, lamentou. Dezenas de adolescentes se auto-mutilam todos os dias. “Quando conseguimos pegar o jovem em risco, ainda sem cometer o ato, conseguimos evitar coisas piores”, garantiu Patrícia.

Onde procurar ajuda:
CAPS Infantil (até 18 anos): Rua Guimarães Rosa, 84 – 3906-1018
CAPS AD para dependentes químicos (a partir de 16 anos): Avenida Castro Alves, 1821 – 3255-1926
CAPS II (a partir de 18 anos): Avenida Romário Martins, 625 – 3906-1011.
Horário de funcionamento dos CAPS: 8 às 18h.
Ambulatório de Saúde Mental (atendimento psiquiátrico e psicológico) no Centro de Especialidades: Rua Alzira Tiburski, 102 – 3906-1075.
Fora do horário de funcionamento dos CAPS: acione o SAMU (192) ou os bombeiros (193 ou os números do quartel rolandense: 3176-0001 e 3176-0002) ou a Polícia Militar (190).

Compartilhe:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

VEJA TAMBÉM: