TDAH na infância – por Dra. Isabella L. C. Gouveia

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    O TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – é um transtorno neurobiológico que tem início na infância, mas pode persistir até a idade adulta. Acomete cerca de 3 a 5% das crianças em todo o mundo e pode trazer importantes prejuízos no aprendizado e no relacionamento social e familiar.


    As principais características são a agitação excessiva, a desatenção e a impulsividade. Na infância, crianças com TDAH são tidas como distraídas, avoadas, que vivem sempre no “mundo da lua”. Têm dificuldades para realizar atividades que exigem concentração, e não conseguem manter o foco em uma só coisa por muito tempo, pois distraem-se com muita facilidade.

    Dificilmente conseguem concluir a cópia da matéria do quadro ou assistir a um filme até o final, por exemplo. São crianças muito agitadas, que não conseguem parar na carteira, estão sempre mudando de atividade ou brincadeira, e é comum os pais relatarem que a criança assiste TV de ponta cabeça, ou que não senta nem para fazer as refeições. Geralmente o sono é agitado. A impulsividade também é comum, são impacientes, interrompem conversas, têm dificuldades para esperar sua vez. Há crianças, principalmente em meninas, em que os sintomas de desatenção prevalecem, e outras em são mais evidentes os sintomas de hiperatividade e impulsividade. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.

    Para que se faça o diagnóstico, os sintomas precisam estar presentes em dois ou mais contextos, por exemplo, em casa e na escola. Se só há queixas na escola ou só em casa, não se trata de TDAH – é preciso investigar outras causas para as alterações de comportamento da criança.

    Sabe-se que o TDAH é causado por alterações químicas no cérebro em regiões responsáveis pelo autocontrole, pela capacidade de prestar atenção, memória, organização e planejamento. Não se sabe ainda exatamente o que causa essas alterações, mas muitos fatores estão envolvidos e sendo estudados, principalmente fatores genéticos e ligados à gravidez. Problemas familiares e relacionados à educação podem agravar o quadro, mas não são causas dele, ou seja, os pais não podem ser culpados por terem um filho que sofre de TDAH.

    Quando há suspeita de um quadro de TDAH, é importante que a criança seja avaliada com bastante critério, por profissionais que tenham experiência com o transtorno. Há muitas outras causas de agitação e de desatenção em crianças, e é preciso descartá-las antes de fechar o diagnóstico. Outros quadros psiquiátricos, problemas de relacionamento familiar, dificuldades específicas de aprendizagem, podem causar sintomas semelhantes, ou seja, nem toda criança agitada ou desatenta tem TDAH.

    O tratamento ideal é feito de maneira multidisciplinar, pois além da medicação específica para melhorar os sintomas, a criança pode precisar de apoio psicológico, pedagógico, e a família também precisa de apoio e orientação.

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