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Bate-papo sério – por Marcos Fernandes

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    Acabamos de comemorar a virada de mais um ano. Agora estamos em 2019. Mas por que estamos em 2019? Oras, porquê convencionou-se acreditar que 2019 anos atrás ocorreu um evento muitíssimo importante na História da humanidade: o nascimento de Cristo. Esse fato é tão importante para os cristãos que as datações na História costumam ser divididas em antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.).  Por exemplo, a famosa Batalha das Termópilas (300 de Esparta), aconteceu em 480 a.C. De modo geral, a maioria dos povos ocidentais (talvez todos) utilizam essa mesma forma de organizar o seu calendário. Tal forma surgiu com o Papa Gregório XIII em 1582.

    Entretanto, será que todo o mundo segue essa mesma forma de organizar os anos e os eventos históricos? Será que, em todos os lugares, as pessoas se consideram no ano de 2019?
Em Israel se utiliza o calendário judaico (ou hebraico). Segundo esse calendário, nós estaríamos no ano de 5799. Segundo essa tradição, há 5799 anos atrás Deus teria realizado a criação de Adão. Então, as pessoas que se identificam com essa matriz religiosa, ou que vivem no Estado de Israel, contam o tempo a partir dessa linha de raciocínio.

    Na China, com aproximadamente 1,4 bilhões de habitantes, as pessoas acreditam que estão no ano de 4716 (ano do Cão). O calendário chinês é um dos mais antigos registros de tempo que se conhece.

    Para os seguidores do islamismo, em vários países, estamos no ano de 1440. Os mulçumanos acreditam que a data mais importante da sua História é a chamada Hégira, quando o profeta Maomé (Mohamed) deixa a cidade de Meca (em virtude das perseguições) e parte para Yatreb (mais tarde chamada de Medina). Existem muitos outros exemplos…
 
   Dessa forma, podemos concluir que, dependendo do local e cultura, as pessoas têm diferentes maneiras de compreender o passar do tempo. Assim, podemos compreender porque existem tantas formas diferentes de organizar o tempo, ou seja, tantas formas diferentes de calendários. Cada uma está de acordo com a tradição na qual surgiu.

    Assim, nós brasileiros nos encontramos num momento de transição, em que começamos um novo ano. Fechamos um ciclo e começamos outro. Entretanto, é interessante ter em mente que, por mais que a visão de tempo que utilizamos sempre esteve à disposição, sempre funcionou, está de acordo com nossos valores e crenças, ela não é absoluta! Existem locais com pessoas de culturas diferentes que efetivamente observam o tempo de forma diversa da nossa, e isso não significa que sejam menos, que sejam “inferiores”. Efetivamente essas pessoas estão cada vez mais próximas de nós, seja pelo fenômeno das migrações, seja pelo intenso contato cultural que as novas tecnologias nos oferecem. Que possamos ter a sabedoria para valorizar a nossa cultura sem desmerecer ou desprezar o que nos é diferente!
Feliz Ano Novo!
Marcos Fernandes é professor de História

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