O município de Rolândia está sem transporte coletivo desde a zero hora desta terça-feira (20). Na segunda (19), a Vysa Turismo e Transporte, responsável pelo sistema de transporte coletivo de passageiros da cidade, entregou um comunicado à prefeitura de Rolândia avisando que o serviço seria suspenso, temporariamente. No documento entregue, a empresa alega dificuldades financeiras para continuar cumprindo o contrato.
O sócio-administrador da Vysa, Jeferson Marques, afirmou que vem acumulando um déficit tarifário desde 1º de março de 2017. O empresário também revelou que protocolou, em março de 2018 e de 2019, dois pedidos de revisão tarifária. “Todos essas solicitações foram analisadas e aprovadas pela Comissão de Transporte Público de Rolândia e pelas Secretarias Municipais envolvidas com o tema. Falta apenas o prefeito deferir”, ressaltou Jeferson Marques.
Ainda de acordo com a Vysa, essa omissão causou prejuízos e a levou ao colapso financeiro: há um acúmulo de dívidas fiscais, com fornecedores e dificuldades em conseguir crédito. “Não havia outra possibilidade senão a suspensão dos serviços”, salientou o empresário. Ainda no documento entregue ao Executivo na segunda, a Vysa fala ainda em inércia do Município e finaliza informando que os ônibus só voltariam a circular quando houver uma solução para o impasse contratual.
Jeferson Marques lembra que, até 2014, o sistema de transporte de Rolândia funcionava sem subsídio, o que levou a empresa anterior a abandonar o contrato. Com a nova licitação, vencida pela Vysa, o incentivo municipal foi então instituído.
O procurador geral do Município, Osvaldo Américo, disse que a Prefeitura foi pega de surpresa com o comunicado da empresa. Apesar de reconhecer que o pedido de reequilíbrio tarifário feito pela Vysa passou por todos os trâmites e foi aprovado, o procurador ressalta que não recebeu o deferimento do prefeito porque o chefe do Executivo se sente pressionado pelo Ministério Público.
Osvaldo Américo afirmou que a prefeitura já informou o Ministério Público e a Câmara de Vereadores sobre a decisão da empresa. O procurador pediu à Justiça uma liminar para garantir a continuidade dos serviços. Até o final da tarde de segunda, essa liminar ainda não havia sido dada e os ônibus não estão circulando nesta terça.