O não comparecimento às consultas marcadas para o Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema) são um grande problema para a Secretaria de Saúde de Rolândia e, também, para os próprios rolandenses. Em média, 30% das pessoas faltam em suas consultas de especialidades fora do município e, pior, não avisam com tempo hábil para que o setor de Regulação da Saúde possa substituir e passar a vaga para outro paciente. Isso se traduz em mais de 8 mil pessoas que deixaram de ser consultadas e, claro, em mais de 8 mil faltas anuais, ou cerca de mais de 700 por mês.
Esses números também se referem à falta nos atendimentos dentro do município. Muitos pensam que a quantidade de falta é devido aos atendimentos serem em Londrina, mas a proporção no atendimento em Rolândia é a mesma. A endoscopia, que é realizada aqui, teve os mesmos índices neste ano, chegando a quase 35% em setembro. O agravante é que a Secretaria de Saúde oferece o transporte conforme protocolo, como nos casos de pacientes com dificuldades de deambulação (de andar), gestantes e idosos. Existe também a possibilidade de passes, que é avaliado pelo Serviço Social.
São entregues, em média, 27 mil guias para exames e/ou consultas especializadas por ano pela Central de Guias. “Esses são somente os números dos que vêm para o setor de regulação. Os casos agendados na própria UBS não estão computados aqui”, explicou Karla Ulinski, diretora da Atenção Especializada. Como cerca de 30% faltam, temos números superiores a 8 mil pessoas que poderiam ter sido atendidas e, assim, o tempo de espera por certas especialidades poderia diminuir para outros pacientes também.
Demora
O tempo de espera por certas especialidades é a maior reclamação por parte dos usuários da Saúde de Rolândia. Há consultas agendadas para meses e até anos, como o caso de ortopedistas para joelhos e outras articulações nobres. Essa espera poderia ser bem menor se todas as pessoas agendadas comparecessem às consultas.
O setor de Regulação da Secretaria de Saúde de Rolândia é responsável por todos os encaminhamentos dos pacientes que precisam de alguma especialidade que não tem no município, ou mesmo que tenham. São mais de 50 especialidades e as maiores filas são para o setor de Ortopedia. “Tem que ficar bem claro que a fila não é de rolandenses, mas de pessoas de todos os municípios da região que vão para o setor de regulação do Cismepar”, ressaltou Fádhia Karina Antunes, enfermeira reguladores.
Outra informação importante é que Rolândia não tem determinados números de consulta. As consultas são para os pacientes da fila do Consórcio, independentemente de sua cidade. “Então o tempo para que essas consultas aconteçam depende de cada caso e de sua gravidade. Não importa de que cidade ele seja, já que a fila do Cismepar não olha para a origem do paciente e, sim, para a gravidade de sua situação”, reforçou Sandra Regina Silva, coordenadora do setor de Regulação da Saúde de Rolândia. “Os casos são classificados e priorizados pelo setor de Regulação do Cismepar. Os casos de risco maior são atendidos primeiramente e, claro, os que estão há mais tempo na fila terão a prioridade”, resumiu Andréia Siqueira, agendadora da Regulação.
O setor entrega, em média, as guias de consulta entre 15 e 20 dias, ou ligam para avisar o paciente para buscá-las. “Se acaso algo ocorrer e ele não puder comparecer, ou mesmo se ele já tiver realizado o procedimento, temos tempo, tanto ele quanto nós, de colocar outro paciente nessa consulta. Pedimos que nos avise, pelo menos, cinco dias antes do agendamento. Se ele falta e não nos avisa, gera-se um transtorno muito grande, além do prejuízo financeiro para o município”, salientou Karla Ulinski.
Endereço atualizado é importante
O Setor de Regulação também falou da importância da atualização de informações sobe o paciente. “As pessoas precisam manter seus dados atualizados. Para isso, basta ir até uma UBS e comunicar se houve alguma mudança, de endereço, telefone, celular. Isso é muito importante para o setor localizá-la”, alertou Fádhia. “Se não conseguimos o contato, não sabemos se a pessoa vai ou não vai. Não podemos passar a consulta para outro paciente se o primeiro não desistir, pois ele pode vir buscar no dia da consulta. Por isso, o melhor é comunicar o quanto antes: confirmando ou desistindo da consulta”, afirmou Sandra Regina.
“O endereço atualizado é importante para garantir a consulta de especialidade”, reforçou Izilda Fróis, gerente de Regulação, Auditoria e Ouvidoria da Saúde. “Assim, o paciente é avisado com pelo menos 15 dias de antecedência sobre o agendamento do atendimento. Caso não possa comparecer a esta consulta, poderá ir até o posto de saúde e solicitar o cancelamento com pelo menos cinco dias de antecedência, para que a consulta volte a ficar disponível e possa ser direcionada para outro usuário”, reforçou a gerente.