O Jornal de Rolândia entrevistou o diretor geral do Hospital São Rafael, Paulo Boçois, que explicou como está sendo feita a preparação da instituição em meio à pandemia do novo coronavírus, agora chamada de Sars-cov-2, responsável pela Covid-19. De acordo com o diretor, o HSR vem trabalhando fortemente para que o papel da instituição seja cumprido dentro do SUS.
“O papel atual do hospital, em meio a toda situação do covid-19, vem seguindo as orientações fornecidas pela Secretaria da Saúde do Estado do Paraná (SESA), que pede o encaminhamento de casos suspeitos de coronavírus, que necessitem de internação, para o Hospital Universitário (HU) em Londrina. Essa é uma recomendação atual que pode mudar conforme as situações forem acontecendo”, explicou Paulo Boçois. Se os casos aumentarem, o hospital terá o papel ainda intermediário: receber o paciente mais grave e estabilizá-lo, mesmo com intubação. Se a situação desse paciente piorar, terá que ser levado até o HU, hospital referência da região.
O diretor ainda explicou como é feito o direcionamento de casos suspeitos para diferentes situações. Em situações de casos leves, os pacientes são orientados a procurar as UBSs do Parigot de Souza e Central para receberem as orientações e o atendimento.
Para casos leves e vulneráveis – grupo de gestantes, puérperas, lactantes, idosos e pessoas com doenças crônicas, a orientação é que estes pacientes busquem o Pronto Atendimento (PA) 15h, localizado na Vila Oliveira, ao lado da UBS.
“Já para os casos moderados, em que os pacientes sentem sintomas mais intensos como tosse e febre, a orientação é que o paciente venha para o hospital para que os profissionais possam fazer a avaliação e, dependendo do caso, fazer o encaminhamento para o HU”, afirmou Paulo.
O diretor também ressalta que durante o período do mês de março é comum que exista um crescimento nos casos de pneumonias e resfriados. Em casos de doenças desvinculadas à suspeita de covid-19, o paciente será tratado normalmente aqui em Rolândia.
Equipamentos e respiradores
O diretor também afirma que a instituição está correndo atrás de vários equipamentos de extrema importância que atuam na proteção dos colaboradores e dos pacientes, e que neste momento encontra-se em falta em quase todo o país. Diante disso, o hospital está buscando alguns meios de fabricação própria de determinados itens que são essenciais para o uso.
“Recentemente vocês aqui do JR mostraram que um grupo de empresários se juntou e doou tecidos que serão utilizados para a fabricação de mais de mil máscaras, boa parte delas será encaminhada aqui para o hospital e já aproveito o espaço para agradecer a toda a população que se empenhou nesta ação solidária”, disse Boçois. Na verdade, na terça (31), foram levadas 1285 máscaras até o São Rafael.
Paulo também contou que existem outros equipamentos que eles estão necessitando e que, segundo ele, é importante ter em estoque, para que não ocorra de faltar em algum momento de urgência. “Precisamos de AMBU, tanto para os pacientes adultos quanto para as crianças, que é uma unidade manual de respiração artificial feita em silicone, máscara venturi adulto e pediátrica, monitor multiparâmetro, aspirador de secreção, oxímetro, estetoscópio, desfibrilador, máscara para inalação e óculos para proteção”, enumerou.
O diretor também explicou que um respirador de alta qualidade custa algo em torno de R$ 180 mil no mercado, mas que há respiradores mais baratos, de R$ 60 mil, menos potente. “Os médicos falam que precisa ser um potente, principalmente para os mais idosos”, afirmou Boçois. “É importante destacar que 90% dos casos não vão necessitar de leito de UTI e internação. Deste modo, precisamos priorizar o grupo de pessoas que vão precisar deste outro tipo de atendimento e de equipamentos. Ressalto também que, neste momento, os casos suspeitos e moderados estão sendo todos encaminhados para o HU”, assegurou Paulo Boçois.