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“Ser mãe é não desistir”

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    O processo da maternidade se inicia muito antes de se ver o filho fisicamente, começa pelo bebê imaginado. A professora da rede estadual Juliana Mungo (49), mãe de Gabriela (7), afirma isso e conta que a filha veio após muitas tentativas, pois, apesar de não ter um diagnóstico de infertilidade, ela não conseguia engravidar, e até havia feito processos de fertilização e inseminação artificial. “Quando já estava quase desistindo, a Gabriela chegou de forma natural. Além disso, ela é fruto de uma produção independente, pois eu não era casada, mas queria muito ter um filho, pois sempre quis ser mãe. Tive muito apoio da minha família na época”, revela a mãe.

    Juliana é filha de Célia Mungo e João Mungo, morou em Rolândia até os 18 anos, depois fui para Taubaté e Curitiba, e retornou para Rolândia há apenas sete anos, já com a filha, na época com apenas três meses. Quando a filha nasceu, Juliana descobriu que ela tinha Síndrome de Down. “Eu não sabia que ela seria especial, mas, mesmo assim, havia organizado toda a minha vinda para Rolândia. Penso que foi providência do Papai do Céu mesmo”, afirmou.

    Quando ainda estava de licença maternidade, mesmo com toda a demanda que um recém-nascido precisa, Juliana fez uma especialização em Educação Especial para poder contribuir com a criação da filha. “Esta foi uma das poucas coisas que consegui fazer quando ela ainda era bebê”, revelou. A professora retornou ao trabalho após seis meses do nascimento de Gabriela e lembra de todo apoio que recebeu de seus pais e de seu irmão. “Na época, eu morava com meus pais e me sinto uma pessoa privilegiada neste sentido, pois, apesar das dificuldades com a rotina de terapias, eu me dedicava exclusivamente para a minha filha e para o meu trabalho”, confessa.

    A professora afirma que a filha sempre foi muito desejada, e por ser a única criança da família, é muito paparicada por todos. “Vejo que este fator não me permitiu ter tempo para o sofrimento pelo fato dela ter Síndrome de Down. Quando eu soube do diagnóstico na época, meu pânico foi mais voltado ao medo de um dia morrer e deixá-la aqui e não saber quem vai cuidar dela depois”, afirmou, emocionada.

    A mãe também falou de como a filha está hoje. “Ela tem se desenvolvido muito bem e hoje está frequentando a escola regular. Eu acredito que o fato de eu não ter outros filhos não me faz comparar ela com outra criança, então para mim está tudo ótimo”, assegurou. Juliana conta que apenas agora retomou algumas coisas que fazia antes. “Voltei para a academia, faço Pilates, mas são coisas recentes porque antes era tudo em função dela”. Juliana também pensa em voltar a estudar e fazer mestrado e afirma que tem muitos projetos futuros.

    A professora percebe que a visão da maternidade em geral ainda é muito romantizada “na teoria é tudo lindo e maravilhoso e, na verdade, não é assim”. O momento de pandemia também tem intensificado algumas dificuldades pelo fato de ela ter que continuar passando conteúdos para os alunos de modo online e, ao mesmo tempo, ajudar a filha com os estudos. “É um momento no qual as emoções ficam mais afloradas e a paciência mais curta, não tem como negar”, ressaltou.

    Mesmo com todas as situações difíceis, Juliana explica que, como para ela a maternidade chegou um pouco mais tarde do que o comum, encarou todo este processo com muita resignação e amor. “Só não concordo muito com a visão de que sou uma mãe especial por ter um filho com deficiência, e eu apenas acho que preciso ter uma resignação diferente”, concluiu a mãe e professora Juliana.

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