João Lopes da Silva, o Bicho do Paraná, faleceu em Curitiba na madrugada de segunda-feira (18), uma semana antes de completar 70 anos de idade. Nascido em Califórnia em 1950, João Lopes era rolandense por opção – cresceu e viveu sua adolescência e juventude em Rolândia, antes de tentar a vida como músico em Curitiba.
O compositor estava internado desde o final de abril no Hospital Cruz Vermelha, em Curitiba, onde tentava tratar um câncer de pulmão. João havia feito um transplante de fígado e de rim em abril do ano passado e voltou ao hospital no dia 27 do mês passado. O JR falou com ele, pelo Whatsapp, e combinou a entrevista para falar de sua vida e do documento sobre que vem por aí. João falou que estava de saída e que responderia depois. Não conseguiu, ele estava de saída para o hospital.
O músico teve tempo de se despedir de seus fãs com uma live feita em seu Facebook no dia 23 de abril – fato divulgado pelo Jornal de Rolândia.
O JR entrou em contato com Antonio Martendal, produtor do documentário “Bicho do Paraná” para falar sobre a previsão de lançamento da obra. “A morte de João nos pegou de calça curta. Tínhamos planejado uma turnê com ele de divulgação do documentário. Não deu tempo”, afirmou. “Mas iremos lançar o vídeo nas mídias sociais ainda neste mês, provavelmente no aniversário de um mês de sua morte”, revelou Martendal.
O documentário “Bicho do Paraná” conta a trajetória do músico paranaense João Lopes desde a sua infância até a consagração da música (título do filme), que se tornou o hino popular não-oficial do Paraná. O filme é dirigido por Vander Colombo, tem a produção executiva de Antonio Martendal e é produzido pela L’avant Filmes Ltda, com patrocínio da Copel. O filme começou a ser rodado no início de 2017 e foi finalizado em 2018.
O músico José Armacolo, o Zinho, também participa do documentário. Ele conheceu João Lopes no final dos anos de 1960. “Tínhamos uma banda, a Equipe 68, e tinha uma rapaziada que ficava com a gente. João Lopes era um deles”, relembra Zinho. “Teve festival que ele cantou com a gente”, afirmou. Depois que foi para Curitiba é que ele cresceu musicalmente. “Ele me falava, quando vinha aqui: olhe as três posições que aprendi com você, Zinho. Sempre foi muito humilde”, ressalta Zinho.
Zinho também se recorda que ouviu a música “Bicho do Paraná” pela primeira vez, mostrada pelo próprio João Lopes, quando ainda não a tinha gravado. “Depois, estourou no Paraná todo por causa da campanha de um banco”, afirmou. Uma jaqueta do exército é que mais vem na lembrança de Zinho quando fala de João Lopes. “Não tirava nunca, parece que tinha umas 10 iguais. Nada… ele me disse que não deixava a sua mãe lavar”, se diverte Zinho, com saudade do amigo.