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A Polícia que queremos

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    Dia desses, diante da reclamação de um cidadão que achou um absurdo ter sido abordado, um amigo policial me disse o seguinte: “só tem dois tipos de pessoas que gostam da polícia militar, quem é parente de policial e quem já precisou da polícia”. Para quem trabalha com comunicação social, como é o meu caso, a frase ficou em perspectiva. Será mesmo que se resume a isso?

    Na semana em que a Polícia Militar completou 166 anos, reflexões como essa são pertinentes. Em primeira análise, a frase parece equivocada. Basta avaliar os comentários positivos nas redes sociais sempre que uma notícia de prisão/apreensão é postada. Porém, isso não esgota o assunto.

    Para muita gente, a PM é boa enquanto permanece invisível. Ninguém que está comemorando aniversário quer a polícia em seu portão porque o vizinho reclamou de som alto. Ninguém quer ser parado e abordado. Ninguém gosta de ter o carro recolhido por débitos administrativos. Ninguém quer ser multado. No entanto, essas mesmas pessoas querem mais segurança. E segurança lhes é dada, indistintamente.

    Outros veem a PM como um mal necessário. O termo “mal”, justificam, estaria nos desvios de conduta e excessos cometidos. O motivo de percebermos esses casos agora é que nunca se investigou e puniu tanto. As unidades não se furtam à abertura de procedimentos de investigação dos seus próprios policiais. Há ainda um órgão corregedor. Atualmente, nenhuma reclamação é desconsiderada sem o devido instrumento investigativo.

    Outra discussão é se a polícia deveria pender para viés comunitário ou para o repressivo – como se sua responsabilidade não fosse de atuar em ambos. Não é sobre tratar ladrão com “com licença, senhor” nem fechar a porta na cara da sociedade porque “aqui é polícia, rapá!”, mas ter linhas de ação para as duas situações. Uma polícia que não sabe o que o cidadão precisa é ineficaz, assim como aquela que não está preparada para o combate real quando este se apresenta.

    Mas talvez essa dicotomia (comunitário/repressivo) não seja válida para toda a corporação. A PM é grande. Atua no céu e no mar. Cobre o estado com seus batalhões. Tem assessorias nos mais diversos órgãos. Se desdobra para atender quem precisa esteja onde estiver. De forma que ponderar quem gosta e quem não gosta de nós nem seja uma pergunta relevante. Seria mais interessante aproveitar a data comemorativa para refletir sobre erros e acertos e planejar uma polícia ainda melhor.     

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