Martin Seligman, psicólogo positivista americano, afirma que nos valemos de algumas “capas” em alguns momentos da vida, como direcionamento para nossas atitudes. Ele chama esse movimento de “red cape and green cape”, o que se poderia traduzir para “capa vermelha e capa verde”.
A capa seria “colocada” dependendo da situação a ser enfrentada. A vermelha seria utilizada nos momentos em que estamos mais focados em resolver um problema, seja ele pequeno ou parte dos problemas existenciais da humanidade.
A capa verde cumpre função de construção, uma busca por um mundo melhor sendo direcionado por pensamentos construtivistas: “O que posso fazer para melhorar a minha casa? Meu bairro? O mundo?”. O foco aqui não é solucionar uma situação apenas, mas como auxiliar ativamente na construção de uma melhoria.
O questionamento que a psicologia positiva deseja levantar com essa teoria é: “o quanto temos focado apenas na solução das coisas? Em como resolver, mais do que em como premeditar ou impedir de antemão que algo ocorra?” Nosso sistema de saúde trabalha, por exemplo, com a promoção de saúde ou seja campanhas de prevenção, de auxílio social etc.
O próprio processo de terapia é um excelente exemplo de como podemos construir algo, desenvolvendo autoconhecimento e lidando quando necessário com dificuldades que venham a surgir ao longo do caminho.
Será fundamental possuir ambos os lados da capa, para que em conjunto ao seu autoconhecimento, possa desenvolver um senso de “qual devo utilizar agora?”. Ambas são perspectivas importantes e devem ser levadas em consideração, mas ao refletir a maior parte das pessoas percebe que tem reagido as coisas mais do que tomado a frente. A capa verde representa sua meta, seu desenvolvimento em construção, sua jornada rumo a várias coisas. E definir objetivos reais, pessoais, já é um processo de conhecer a si próprio.
Que possamos, mesmo que em instantes de crise saber discernir os momentos corretos de focar apenas no resultado do problema, na ação imediata ou buscar algo a longo termo que exija igualmente nossa atenção e esforço.
Vale lembrar sempre que não seria justo delegar a responsabilidade de autoconhecer-se apenas para nós mesmos, caso sinta necessidade, busque apoio profissional. Seu processo vale a pena.
Daniel Neuba Cartagena é psicólogo – CRP: 08/ 24716
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