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Templo Budista de Rolândia comemora 60 anos

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    Na sexta-feira, 09 de outubro, foi dia de celebração no Templo Budista Soto Zenshu Dokozan Bushinji, de Rolândia, único da região sul do país. Os budistas comemoraram, a partir das 10 horas em uma celebração online, os 60 anos de fundação do templo, que foi construído graças aos esforços de imigrantes japoneses que vieram para a região, em especial do primeiro monge do templo, Dôgen Yoshida. 

    A construção ocorreu porque entre as cidades do norte do Paraná visitadas em 1995 pelo Sumo Prelado (cargo que corresponde ao Papa) da Soto Shu, Takashina Rosen Zenji, Rolândia apresentava maior números de devotos. De acordo com a Abade do templo budista de Rolândia, a monja Jishun Morioka, o budismo na região é seguido por cerca de 30 famílias de descendentes de japoneses. 

    Jishun também contou que este é o único templo na região sul do Brasil, dentro da linha Soto Shu, que pertence ao Zen-Budismo, e existem apenas seis deles no Brasil, contando com este de Rolândia. A Abade contou que esta linha é uma ramificação do budismo e cada uma tem a sua forma de construção. A tradição Soto é mais conhecida pela prática do “Shikantaza”, ou “apenas sentar-se”.

    Tijolos com sutra
    A monja também afirmou que a construção e todos os elementos do templo são originais desde a inauguração há 60 anos. “Nada foi trocado, pois fazemos muita manutenção”, afirmou Jishun. Uma curiosidade muito interessante contada por Jishun, é que o Monge que construiu o templo e foi o primeiro abade, Dôgen Yoshida, escreveu trechos de sutras em cada tijolo do templo, ou seja, cada tijolo representa uma oração. “Os sutras são orações que nós recitamos nas cerimonias de manhã e de tarde, e nas cerimonias especiais. Existem centenas de tipos de sutras e basicamente são palavras do Buda”, explicou a Abade.  

    Primeira mulher
    Nove abades já passaram pelo templo nestas seis décadas. Antes de Jishun, o monge Abade era Jiten Kurosawa, que permaneceu no templo de 2004 até 2014. Na ausência dos abades o templo contou em épocas diferentes com a contribuição de outros monges. Jishun foi a primeira mulher e brasileira a ocupar o cargo no templo rolandense. Sua ordenação leiga foi feita pela monja Coen, conhecida internacionalmente e missionária oficial da tradição Soto Shu com sede no Japão. Coen veio algumas vezes no templo rolandense e plantou duas cerejeiras, que estão na entrada do local, no aniversário de 40 anos do Templo, em 2000.

    Associação
    O templo também possui em seu interior uma Associação Budista Soto Zenshu Dokozan Bushinji aqui no município. O Presidente da Associação Budista, Katsuo Tsuchida, afirmou que existe uma preocupação por parte do grupo em preservar as tradições budistas e repassa-las aos mais jovens. “Nós diariamente pensamos em ações para colaborar e preservar o aspecto cultural do budismo. Todos são bem-vindos à nossa associação e podem fazer parte da nossa comunidade, não temos critérios, basta nos procurar para poder participar”, convidou.

    Jorge Kenji Toshimitsu, secretário da Associação, falou sobre a importância do templo não só para Rolândia, mas também para toda a região e para a comunidade Budista. “Esse templo é muito importante para todos nós, tendo em vista que ele faz parte da única linhagem do Soto Shu, que tem o famoso Zen-Budismo e que é muito forte e presente na comunidade japonesa”, afirmou.

    Atualmente, a tradição Soto é uma das maiores religiões do Japão, com cerca de quinze mil templos e oito milhões de adeptos. “Em termos de Rolândia, este é único templo que temos aqui e que atende a comunidade. Desde a fundação aqui são promovidas ações de grande importância para a cidade de Rolândia e também para a região”, afirmou Jorge. 

    Em alguns eventos, o local já recebeu a colônia japonesa de toda a região, fatos que marcaram a história do templo ao longo desses sessenta anos. 

    O Templo Budista Soto Zenshu Dokozan Bushinji, de Rolândia, é um dos seis templos da linha no Brasil. O templo rolandense é o único da região Sul do país e há um no Espírito Santo, além de quatro no estado de São Paulo. Um deles da monja Coen, ou melhor, Cláudia Dias Baptista de Souza, brasileira de ascendência portuguesa. Monja Coen também é a Primaz Fundadora da Comunidade Zen Budista, criada em 2001 com sede em Pacaembu (SP). 


Diretoria da Associação
Katsuo Tsuchida
Jorge Kenji Toshimitsu
Hitoshi Yoshimatsu
Roberto Kenji Igarashi
Hiro Higa
Katsuji Nassu
Kazuyoshi Sasaki
Takashi Igarashi
Mario Sassaki


Abades e substitutos
Sumo prelado Takashina Rosen Zenji (abade honra)
Dôgen Yoshida (01/1958 a 12/1970)
Juguen Fujii (1971 a 03/1978)
Ryonin Nakamura (04 a 12/1978)
Minoru Toshimitsu (12/1978 a 12/1988)
Koshu Sato (04/1990 a 10/1993)
Teruhiko Yoshida (1997 a 2003)
Jiten Kurosawa (04/2004 a 10/2014)
Jishun Morioka (desde 2015)
Nas ausências de abades, o Templo contoucom a contribuição dos monges Yasugui, Hirako, Miyazaki, e das leigas senhoras Eiko Sassaki e Misako Igarashi.



Fundadores (já falecidos)
Monge Dôgen Yoshida (1º abade e líder na construção do templo)
Minoru Toshimitsu (doador do terreno do templo – abade dos 85 aos 95 anos)
Yajû Izuka
Tatsonoijô Suzuki
Shoshiti Sassaki
Uitiro Assada (doador do terreno)
Heizaburo Tsuchida
Masao Igarashi
Ryoiti Tomimatsu (doador de terreno)
Mokiti Nishida (autor das estátuas do altar do templo e de outras obras)
Tameki Tanoue

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