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Mês da Luta Antimanicomial: sua origem e importância

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    Marcado por mobilizações em todo o Brasil, em 18 de maio é celebrado o Dia Nacional de Luta Antimanicomial. O movimento é importante para a defesa de tratamentos justos e dignos para pessoas com problemas de saúde mental, que defende a valorização do fator humano e a importância da dignidade. 

    A Luta Antimanicomial no Brasil se desenvolveu a partir da década de 1970. Mais do que questionar as internações compulsórias e as formas de se diagnosticar pacientes de saúde mental, o movimento buscava a reflexão sobre o que é a loucura e a incessante procura por uma sociedade aparentemente normal. Entender doenças como depressão, transtorno bipolar, além dos vícios em drogas e álcool, é enxergar indivíduos por trás de suas condutas.

    Um marco na Reforma Psiquiátrica Brasileira
    Segundo Rafael Marcílio, integrante do projeto “Conecta Rolândia”, que aborda questões de saúde mental e que foi criado por profissionais da Secretaria Municipal de Saúde do município, a data é muito importante pois marcou as mobilizações em torno do fechamento de manicômios e a formalização de novas legislações, a implantação da rede de saúde mental e atenção psicossocial e da instauração de novas práticas em um importante movimento de Reforma Psiquiátrica Brasileira.

    Conforme informado por Rafael, em nível mundial, o início da Reforma Psiquiátrica surgiu com as intervenções promovidas pelo psiquiatra Franco Basaglia na década de 60, na Itália. “Em Trieste, na década de 70, o médico criticou a postura tradicional de sua área, que transformava o indivíduo e seu corpo em meros objetos de intervenção clínica, que tinha como princípio de tratamento a institucionalização, isolamento e aprisionamento dos chamados loucos”, explicou.

    A partir disso, Franco, quando nomeado diretor do Hospital Provincial da cidade de Trieste, iniciou o processo de fechamento daquele hospital psiquiátrico. No Brasil, em 18 de maio de 1987, na cidade de Bauru, no estado de São Paulo, foram reunidos mais de 350 trabalhadores da área de Saúde Mental com a finalidade de se posicionar contra a exclusão e discriminação de cidadãos com transtornos mentais, por uma sociedade sem manicômios. 

    “O manicômio é expressão de uma estrutura, presente nos diversos mecanismos de opressão desse tipo de sociedade. Lutar pelos direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida”, afirmou Rafael.

    Ainda usa o termo louco? 
    Rafael ainda questionou com uma pergunta aos leitores do JR nessa data que marca um acontecimento tão importante, e que mais do que nunca está tão presente em nosso dia a dia atual, em que a luta contra termos com cargas de preconceito está mais viva do que nunca. “Você sabia que a palavra ‘louco’ não é um termo que representa algo em específico, e que não existem pessoas ‘loucas’ na sociedade?”, alertou e questionou. 

    Ainda há muito o que se fazer
    Apesar de todos os avanços através da luta antimanicomial, ainda há muito o que se fazer quando o assunto é a saúde mental. Infelizmente, os tabus em relação aos cuidados psiquiátricos ainda existem e pode haver resistência e estranhamento em relação aos tratamentos necessários. “Por isso, é muito importante que todos nós sejamos semeadores de afeto através da boa informação, elucidando conceitos e ajudando a quebrar os estigmas relacionados à saúde mental. Cuidar de si também é cuidar dos outros.  Contamos com você para isso, da mesma forma que você pode contar conosco”, finalizou Rafael.

    Já conhece o Conecta Rolândia?
    O canal Conecta Rolândia foi criado para os profissionais da saúde de Rolândia poderem trazer temas e debates relacionados à saúde mental. O canal está no Instagram (@conectasauderolandia) e no Facebook (www.facebook.com/conecta.rolandia). Curta as páginas e acompanhem as publicações que toda a semana há temas diferentes e muito importantes. 

    Em caso de sintomas, complicações e sofrimento intenso, a procura por ajuda especializada é primordial. Para entrar em contato com o Caps II (população acima dos 18 anos), o telefone é o 3906-1011, no Caps Ad Reviver, o contato pode ser feito através do 3255-1926 e para falar com o Caps Infantil, basta ligar no 3906-1018. É importante enfatizar que, por conta da pandemia, o Caps II e o Caps Ad estão atendendo das 8:00 às 14:00 horas, já o Caps Infantil está atendendo das 8:00 às 18:00 horas.

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