Setembro Verde: inclusão social da pessoa com deficiência

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Por abrigar o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, setembro foi escolhido como o mês oficial da campanha pela inclusão das pessoas com deficiência

O mês de setembro, além de marcar o início da Primavera, a estação da Flores, busca chamar a atenção da população e de empresas sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência. A campanha do “Setembro Verde” teve início em 2015 e foi instituída pela Federação das Apaes, inclusive com a APAE de Rolândia. O mês foi escolhido por conta do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, celebrado no dia 21 de setembro.

Incluir a pessoa com deficiência na sociedade e no mercado de trabalho é um dos objetivos da APAE de Rolândia, através das suas diversas ações. Elisangela Brum, assistente social da instituição, afirma que a entidade tem o papel de dar suporte e orientação aos atendidos, e também às famílias e às escolas visando sempre o melhor desenvolvimento e inclusão escolar e social, e reforça que a luta vivenciada por essas pessoas é imensa e muito grande.

“Na data em que celebramos o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, penso em primeiro lugar no significado da palavra luta, que nos remete a algo que precisou ser combatido, dificuldades a serem vencidas, algo a ser vencido. Ao realizar uma retrospectiva de como a pessoa com deficiência foi tratada ao longo da história, percebemos que foi tudo isto mesmo, uma luta árdua, combatida pela pessoa com deficiência, familiares, instituições”, afirmou a assistente social.

Inclusão no mercado
Segundo a Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID), deficiência é “qualquer perda ou anormalidade à estrutura ou à função psicológica, fisiológica ou anatômica”. Segundo dados levantados em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, quase 25% da população do país. Ainda de acordo com o levantamento, a deficiência mais recorrente é a visual (18,6%), seguida da motora (7%), auditiva (5,10%), e mental (1,40%).

Segundo a Lei de Cotas (Lei nº 8213/1991), se uma empresa tem entre 100 e 200 empregados, 2% das vagas devem ser garantidas a beneficiários reabilitados e pessoas com deficiência. A porcentagem varia de acordo com o número total de contratados, chegando a um máximo de 5% caso haja mais de 1.001 funcionários.

“Nesse sentido, vemos que muitas políticas públicas foram construídas em favor dessas pessoas, contudo na prática, o acesso a estas políticas ainda são privilégio de poucos, enquanto deveriam ser direitos já firmados. O preconceito e a ignorância ainda constituem barreiras para a inclusão de fatos da pessoa com deficiência”, afirmou Elisangela.

A profissional pontua que as lutas desses cidadãos e suas famílias são diárias no cotidiano, “como uma ida ao supermercado, mães me relatam dos comentários, dos olhares de julgamento, da falta de empatia, que enfrentam, bem como a dificuldade de acessibilidade em espaços públicos, que não são pensados para estas pessoas e suas demandas”, conta. “Estes não são convidados a participar do planejamento das cidades, eles precisam ser ouvidos, porque quem melhor para falar do que é viável e importante, para garantir a inclusão, a participação e a presença”, acrescenta.

Capacitismo
A questão do capacitismo vem ganhado espaço nas redes sociais, e esteve em mais em evidência durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio, causando reflexões sobre o assunto. Graças a ação de cientistas, ativistas e influenciadores que mostram que frases e atitudes como estas, disfarçadas de brincadeiras, naturalizam a ideia de inadequação de pessoas com deficiência e são exemplos de preconceito estrutural, semelhante ao racismo e ao machismo. Resumindo, o capacitismo é a ideia de que pessoas com deficiência são inferiores àquelas sem deficiência, tratadas como anormais, incapazes, em comparação com um referencial definido como perfeito.

“Devemos aproveitar a oportunidade desta data para exercitar, começando por se tirar certos termos capacitistas de nosso vocabulário, não tratando a pessoa com deficiência como ‘coitadinho’, mas buscar se inteirar sobre o tema e assim entender o que podemos fazer para ajudar a transformar e tornar nossa sociedade mais justa e inclusiva. A luta continua e ainda há muito o que fazer, e não é responsabilidade apenas dos familiares ou de quem trabalha com este público, mas uma responsabilidade de todos nós”, concluiu a assistente social.

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