Por Dr. Paulo Henrique Verri – cardiologista
Todos já fomos impactados com notícias de pessoas próximas ou públicas que tiveram uma piora súbita devido a uma embolia pulmonar. Mas o que é essa doença? Vamos esclarecer neste artigo.
A embolia pulmonar é a terceira doença cardiovascular aguda (atrás de infarto e AVC). É a manifestação de trombos (coágulos) formados nas veias, principalmente das pernas, que se desprenderam e migraram para o lado direito do coração (ao migrar ele passa a ser chamado êmbolo) e que foram bombeados para a circulação do pulmão, bloqueando e impedindo a oxigenação normal do sangue (figura). É uma doença grave, potencialmente fatal.
Os sintomas da embolia pulmonar são variáveis, mas os principais são dor no peito ou nas costas, principalmente ao respirar, falta de ar, palpitações, tosse com sangue, queda de pressão e desmaio. O médico pode detectar, ao mesmo tempo, os sinais de coágulos nas pernas (trombose venosa) que originaram os êmbolos.
Os principais fatores de risco são imobilização prolongada, fraturas, pós-operatório, arritmias, trombofilias (condição genética que predispõe à formação de trombos), uso de anticoncepcionais orais, doenças do sangue, história pessoal de tromboses anteriores, obesidade, tabagismo, varizes nas pernas, viagem prolongada. Mas em até 40% dos casos não são detectados quaisquer desses fatores.
Durante a pandemia, nos deparamos com muitos casos decorrentes de Covid ou pós-Covid porque esse vírus ativa o sistema da coagulação. Isso gerou uma grande necessidade de anticoagulação nesses pacientes, tanto para evitar quanto para tratar esses coágulos.
O diagnóstico pode ser sugerido por exame de sangue (dímero D) e confirmado por tomografia, ecocardiograma ou cateterismo. E o tratamento depende da gravidade do caso: nos casos leves/moderados são indicados anticoagulantes injetáveis ou por via oral. Nos mais graves, medicamentos injetáveis são utilizados com intuito de “dissolver” os êmbolos (trombolíticos). Outras opções de resgate existem, como a retirada desses êmbolos por cateterismo ou por cirurgia aberta.
É importante, sempre que possível, evitar os fatores de risco, principalmente em conjunto, e, na presença de sintomas, procurar atendimento médico para diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Dr. Paulo Henrique Verri (CRM 28.030)
Paulo Henrique Verri é médico formado na Universidade Estadual de Londrina. Tem residência em Cardiologia e Ecocardiografia no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia-SP e é especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Departamento de Imagem Cardiovascular.