A família Unbehaun chegou no distrito de Rolândia em 1937 e construiu uma história que hoje é um patrimônio do município: a Chácara Rolândia, que já foi visitada até pelo paisagista Burle Max
A cidade de Rolândia se formou por meio do trabalho e da trajetória de famílias pioneiras que ajudaram a construir o que o município é hoje. Entre as muitas pessoas que fazem parte da história da cidade, o JR falou com o Paulo Unbehaun (77), único filho vivo entre os 9 de Franklin e Florentina Unbehaun, fundadores da Chácara Rolândia.
Paulo afirmou como seus pais vieram de Concórdia, cidade de Santa Catarina, e chegaram no distrito de Rolândia em 1937 em um ‘carroção’ com seis filhos: Franklin Ivo, Valdomiro Marcelino, Olinda, Arthur Evaldo, Gerta e Erich. “Depois que chegaram aqui, ainda nasceram mais três filhos: o Carlito em 1940 e eu e a Hilda (são gêmeos) em 1944. Mas nós dois nascemos em Caviúna*”, conta.
Paulo lembra que o pai já gostava de plantas quando chegou em Rolândia e aqui começou a trabalhar com o plantio. “Ele começou a fazer os enxertos e a mexer com as plantas. Primeiro começou com as frutíferas e depois com outros tipos de plantas. Na época nós morávamos na Rua Europa e foi lá que começou a Chácara Rolândia. Em 1958, meu pai comprou esse terreno aqui próximo da BR, pois achava que ficava mais perto dos clientes. Mudamos para cá naquele ano”, relembra.
Paulo acredita que hoje a chácara abriga em média 200 espécies de plantas. “Aqui uma planta é diferente da outra. Tem desde plantas exóticas da região, até uma sequoia dos Estados Unidos. Já fizemos muitos jardins e arborizações, atendendo diversas cidades da região. Recebemos até a visita do paisagista Burle Marx”, afirma.
Com o falecimento dos irmãos, Paulo vendeu a propriedade em 2014 para as irmãs Isabela, Roberta e Aline Torezan. Mas de qualquer forma, as raízes formadas em todo esse período em que a chácara esteve com a família nunca será apagada e muito menos esquecida por Paulo. Especialmente os ensinamentos que o pai deixou como legado. “Meu pai falava que para salvar o mundo precisamos cuidar da ecologia e da natureza, pois é ela que nos permite dar o ar para respirar. Em primeiro lugar vem a natureza e a preservação do nosso planeta e, se não fizermos isso, vamos sofrer as consequências, que é algo que já está acontecendo nos dias de hoje em todo o planeta”, ensina Paulo Unbehaun.