Projeto da Saúde e do São Rafael acolhe gestantes com 37 semanas e integra serviços; modelo serve de exemplo para hospitais da região
Com o objetivo de oferecer mais bem-estar e acolhimento às gestantes de Rolândia e região, a Secretaria de Saúde e o Hospital São Rafael iniciaram um projeto que beneficia essas pacientes, apresenta-lhes a maternidade e lhes fornece um atendimento mais humanizado. Uma vez que essas mulheres são atendidas na rede municipal de saúde e, consequentemente, também passam pelo atendimento no hospital, que possui a maternidade integrada ao mesmo, essa parceria foi planejada devido a essa proximidade da entidade junto ao órgão municipal.
“A nossa proposta é que as mulheres que não possuem gestação de risco conheçam o espaço em que terão todo o procedimento. Com isso, também queremos aproximar os profissionais da saúde municipal com os colaboradores da instituição, pois isso é bem importante”, explica a secretária de saúde, Karla Ulinski.
O objetivo desse projeto é estreitar os laços entre o São Rafael e o município para que possam trabalhar juntos. “Nós criamos o projeto para atender a necessidade da gestante que, muitas vezes, procura o hospital despreparada e desinformada. Em muitas dessas procuras, o parto da gestante ainda não era efetivo e muitas vezes ela ia para o hospital e voltava para casa, gerando-lhe transtorno”, compartilha Gilberto Berg, gerente da instituição.
Berg também cita sobre a lei que garante à gestante o direito a escolher o tipo de parto no Estado do Paraná. A lei 20127, sancionada e publicada pelo governador do Estado no dia 17/01/2020, de autoria da deputada Mabel Canto, altera a lei de combate à violência obstétrica e dá o direito a todas as gestantes do Paraná de escolher sua via de parto: normal ou cesáreo. “Para que essa escolha seja efetiva é essencial que a gestante conheça o ambiente da maternidade. Por isso, dentro desse projeto, temos três pilares fundamentais. O primeiro foi de trazer o conhecimento a respeito disso para os profissionais. Com isso, os enfermeiros, os agentes comunitários de saúde e demais profissionais foram colocados dentro de uma sala de aula e fizemos uma visita guiada para todos entenderem esse processo”, pontua o gerente.
Outro pilar do trabalho foi o monitoramento disso e, por último, a coleta de informações. “Hoje todas as gestantes que passam pelo Hospital São Rafael entram em uma planilha de referência feita pelas UBSs, pois por lá conseguem acompanhar o que aconteceu com a gestante aqui no hospital São Rafael”, informa Gilberto.
“O que já ocorreu é que algumas gestantes eram atendidas pela rede municipal e passavam por algum atendimento no hospital e, muitas vezes, essa situação não era compartilhada e a UBS não ficava sabendo. Por isso essa integração é tão importante para os profissionais e para a paciente”, ressalta Karla Ulinski. A integração desses atendimentos prestados às gestantes possibilita que a Saúde e o Hospital saibam como está caminhando o caso de cada uma delas e até permite que, dependendo, elas recebam visitas e acompanhamentos. “Desse modo, todos que atendem a essa gestante são conhecedores do que está acontecendo e isso é essencial”, pontua Karla.
Visita guiada
A partir da 37ª semana de gestação, as gestantes poderão fazer essa visita guiada nas instalações do HSR para conhecerem melhor o espaço em que farão o parto, além de tirar dúvidas sobre o tipo de parto e muito mais. “O cadastro para receber essa visita guiada é feito lá na UBS, onde ela recebe o pré-natal, por isso, pedimos para as gestantes fazerem esse processo na unidade antes de entrarem em contato com o hospital para falar sobre o tipo de parto, ou qualquer outra solicitação. Primeiro, ela precisa ter essa indicação”, explica Gilberto.
Esse tipo de visita já fez com que muitas gestantes mudassem de ideia e passassem a querer o parto normal em vez da cesárea. “Até no ano passado, dos cerca de 80 partos que fazemos por mês, 38% eram normais e 62% cesarianas. Com o projeto, já temos números de 55% de partos normais e 45% de cesáreas”, comemorou Gilberto.
O projeto de Acolhimento às Gestantes foi apresentado à 17ª Regional de Saúde, que o levou para outros hospitais da região, servindo como modelo.