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Libertar para o serviço

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Por Monsenhor José Ágius

No Evangelho de Jesus Cristo, escrito por São Lucas, capítulo 4, versículos 38 a 44, encontra-se o relato de que a sogra de Simão Pedro estava com febre e “intercederam por ela”. Jesus escuta as preces que se dirigem a ele em favor dos doentes e necessitados. Rezar pelo outro é uma forma sublime de amar.


Eis como está relatado no Evangelho: “Saindo da sinagoga, em dia de sábado, após ter expulsado o espírito impuro de um homem que ali se encontrava, Jesus entra na casa de Simão. Estando a sogra de Simão com febre, pediram a Jesus por ela. Jesus, inclinando-se sobre ela, repreendeu severamente a febre, e a febre a deixou. Ela, imediatamente, levantou-se e se pôs a servi-los”.


É muito significativa a frase inicial desta narrativa de Lucas. “Saindo da sinagoga, entrou na casa de Simão”. Isto significa que, com Jesus, a sinagoga é descartada, e a “casa” passa a ser o espaço de articulação das novas comunidades. A seguir, Lucas narra que, ao pôr do sol, todos os que tinham doentes, atingidos de males diversos, os traziam a Jesus, o qual, impondo as mãos sobre cada um e cada uma, curava-os. Com a cura da sogra de Simão, Jesus resgata a presença feminina, tradicionalmente excluída pela cultura e pela lei judaica.


Libertada de sua febre, a sogra de Simão passa a assumir a tarefa essencial na comunidade, que é o serviço, e que deve ser assumido por todos. O povo, livre da observância sabática, que proibia caminhadas longas, acorre a Jesus, transportando diversos tipos de doentes. E Jesus os cura.


O serviço à vida, característico da novidade de Jesus, abole o legalismo que mata. Os excluídos, sem condições saudáveis de vida, são tomados pelas doenças, inclusive pelas doenças mentais, e ainda são possuídos e subjugados pelo demônio da ideologia. Os males da vida, doenças e desgraças, eram atribuídos aos demônios. Contudo, doenças e maus espíritos eram resultado das em consequência da injustiça em vigor. Jesus, acolhendo, valorizando e promovendo as pessoas, liberta-as de sua exclusão e suas carências.

Que não excluamos nenhum ser humano de nosso zelo pastoral.

Monsenhor José Ágius

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