Pra quem tem sede

Por Humberto Xavier Rodrigues

Existe uma enorme diferença entre dizer que Deus é amoroso e que Deus é Amor. A expressão “Deus é” está acoplada às muitas gloriosas promessas e advertências: “Deus é eterno”; Ele é “A minha fortaleza e a minha força”; “Misericordioso e compassivo”; “Socorro bem presente na angústia”; “Minha defesa e fortaleza”; ”Fiel é Deus”; “Deus é verdadeiro”, etc.


Contudo, estas expressões falam de como Deus age e não de como Ele é. O Amor é a Sua exata essência. Ele simplesmente ama! Embora o Amor totalmente livre de interesse seja raramente visto na terra, todo mundo sabe que esse tipo de amor provém de Deus. Esse reconhecimento está guardado no mais recôndito da memória do coração do homem, como uma recordação do paraíso perdido.


Quando Adão e Eva se rebelaram contra Deus, logo descobriram que “estavam nus”: Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus…Gênesis 3:7. Não que estivessem sem roupas, pois esse era um fato desde a criação. Feitos à imagem de Deus, eles deviam estar vestidos da verdadeira luz divina (1 João 1:5).


Tem-se dito com razão que “somos como espelhos, cujo brilho depende completamente do sol (Jesus, o Filho), que brilha através de nós”. O pecado desnudou o primeiro homem e a primeira mulher de tudo que Deus pretendia para eles como criaturas feitas à Sua gloriosa imagem.


O reflexo de Sua glória deixou de brilhar através deles, deixando-os espiritual e moralmente despidos. Que tragédia! Hoje o homem continua nu diante do seu Criador, sem a glória da qual foram revestidos os primeiros pais, pois “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Romanos 3:23.


Por esta razão, ninguém ficará satisfeito a não ser com o próprio Deus. Como o salmista, eles vão clamar: Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? (Salmos 42:1-2).


Esse tipo de sede não pode ser saciado pelo esforço humano ou, por práticas religiosas. É uma sede profunda de conhecer o próprio Deus, numa relação tão íntima que se transforma em tudo que Ele deseja que sejamos. E, somente em Jesus, o homem pode saciar a sua sede. Que Deus fale em nossos corações. Amém!

Humberto Xavier Rodrigues é formado em Teologia.

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