Perdido em Marte conta a história de Mark Watney (Matt Dammon), um astronauta com um grupo em uma missão no Planeta Vermelho. Logo no início, uma tempestade zica tudo e eles são obrigados a evacuar. Só que durante a saída, Watney se acidenta, é jogado para longe do grupo e dado como morto, com sua equipe o deixando lá. Mas ele sobrevive e consegue voltar à base de trabalho em Marte, só para constatar que tem pouca comida, poucos recursos e nenhuma comunicação com a NASA, totalmente ferrado.
Mas nem tudo é ruim, em quatro anos uma nova missão irá a Marte, a 3 mil km de onde ele está. Então tudo que ele tem que fazer é dar um jeito de subsistir durante esse tempo e ainda chegar ao ponto da nova missão, baba.
A cada problema que aparece é necessário um plano mirabolante para resolvê-lo. A cada acerto vibramos; só para ver o astronauta se lascar logo em seguida com algo novo, a cada vitória, várias derrotas e muito xingamento, raiva e reclamação. Perdido em Marte não é sobre ficção ou espaço, é sobre sobrevivência.
Mark mantém um diário virtual, no qual ele conta seus planos, o que vai funcionando e o que não rolou, isso é ótimo, pois faz com que o personagem converse bastante, além de explicar a parte científica de muitas das ideias e planos.
O roteiro tem um ritmo ótimo, alterna momentos de tensão, drama e humor. As cenas da NASA na terra tentando salva-lo após descobri-lo vivo são bem realistas e nos fazem sentir os problemas políticos e técnicos de uma possível tentativa de salvamento.
Ridley Scott acertou a mão em apostar na sobrevivência e em um ritmo mais dinâmico e menos “dramatizado” da situação. Apesar de estar numa ferradíssimo, Mark Watney não fica triste, fica “fulo”: reclama, xinga, chuta, grita e se vira, nos divertindo muito no caminho.
Samuel M. Bertoco é formado em Marketing e Publicidade