É inegável que o Dr. Francisconi recebeu uma excelente votação. Vários podem ser os motivos. A desilusão do eleitorado com pessoas que foram ou são políticos, a opção pela mudança simplesmente porque o novo sempre gera uma atração maior, a ilusão de que ele sendo médico vai saber o que fazer para melhorar a saúde, ou até mesmo a confiança de que o prefeito eleito no último domingo será “diferente”, assim como aconteceu em Londrina com a eleição do empresário Alexandre Kireff.
Chama a atenção também o grande número de abstenções que pode ter sido provocado pela falta de interesse do eleitor em uma eleição suplementar cujo mandato será de apenas um ano ou até mesmo pelo “nojo” gerado com os escândalos de corrupção e os “acertos” que são feitos em Brasília e em Curitiba para manter os governantes no poder a qualquer custo, gerando grande desconfiança nos brasileiros.
Eu acho cedo para saber se surgiu uma nova liderança política em Rolândia, mas espero, do fundo do meu coração, que a resposta seja SIM. Somente quem pode fazer a minha esperança e a dos que votaram no Dr. Francisconi se tornar realidade é ele mesmo. Vamos aguardar quais serão as suas primeiras ações, quem serão os escolhidos para compor o secretariado e os cargos comissionados. Sabemos que um ano, principalmente ano de eleições, é pouco para realizar as grandes mudanças que nossa Cidade necessita, mas já é possível para saber qual será a maneira dele administrar, porque uma coisa é comandar a nossa empresa, onde nós que decidimos tudo, sem precisar ouvir ninguém; e outra, bem diferente é administrar uma cidade com mais de 60 mil habitantes, todos com suas necessidades individuais e coletivas.
Se o Dr. Francisconi cumprir com suas principais propostas de campanha – diminuição drástica do número de comissionados e das secretarias municipais – já terá feito algo de “diferente” de todos os outros que sentaram na cadeira que ele agora ocupará. Se ainda tornar a Prefeitura mais transparente, abrir espaço para a participação popular, conseguir soltar as amarras da politicagem tradicional trabalhando para todos, principalmente para aqueles que mais necessitam dos serviços públicos, e não apenas para um pequeno grupo de privilegiados, aí sim dará um grande salto para se transformar em uma nova liderança política, atraindo mais pessoas que tenham interesse em ver Rolândia crescer de forma sustentável, enterrando de vez a velha prática do toma lá dá cá que tanto mal fez e continua fazendo à nossa Cidade, Estado e País.
Não precisamos de um “salvador da pátria”, mas de alguém que saiba enfrentar os interesses dos poderosos de plantão e tenha coragem de fazer o que precisa ser feito.
Devaldo Gilini Junior – Jornalista