Os bombeiros de Rolândia fizeram mais de 14 mil atendimentos, socorrendo 12.204 vítimas em diversos tipos de ocorrências; Corpo de Bombeiros rolandense tem pela primeira vez uma ‘bombeira’
O dia 19 de maio de 2023 é um especial para o Quartel do Corpo de Bombeiros de Rolândia, que celebra seu 28º aniversário. Fundado em 1995, sob o comando do 1º Tenente QOBM Júlio César Pucci dos Santos, o quartel começou com um efetivo de 22 homens e apenas uma viatura para combate a incêndios.
Ao longo desses 28 anos, os bombeiros de Rolândia não apenas atenderam às demandas da cidade, mas também prestaram serviços s municípios da região: Jaguapitã, Miraselva, Prado Ferreira, Guaraci, Centenário do Sul e Lupionópolis. Mesmo diante de uma demanda crescente, o quartel sempre se destacou pelo excelente trabalho prestado, graças ao comprometimento e dedicação de seus profissionais.
Agora com o comando atual do 2º Tenente Adriano Amaral, o Corpo de Bombeiros de Rolândia conta com viaturas modernas e uma estrutura mais completa. Desde sua fundação, o quartel já realizou mais de 14 mil atendimentos, socorrendo 12.204 vítimas em ocorrências que incluem incêndios, acidentes, resgates e salvamentos. Essa realidade enfatiza o valor e a importância dos bombeiros militares, que diariamente arriscam suas vidas para proteger a comunidade.
“Para nós é uma satisfação celebrar esta data. São 28 anos de história e com muitas ocorrências atendidas pela nossa guarnição, e sei que há muitas outras que virão. O pessoal do nosso efetivo aqui de Rolândia está muito feliz e nós temos militares bem comprometidos que são cidadãos de Rolândia. Esperamos poder comemorar vários outros aniversários”, afirma o comandante Adriano Amaral.
Momentos marcantes
O Subtenente Nilton César Simões é um dos profissionais que está atuando no quartel desde a sua fundação – além dele, outros cinco bombeiros também fazem parte da primeira turma. Simões compartilhou que um dos momentos mais dramáticos pelo qual o CB passou foi em 2016, quando fortes temporais causaram estragos em diversos locais da cidade.“Um dos momentos mais marcantes foi a tragédia de 2016. Eu e o Sargento Fonseca estávamos de serviço naquele dia e fomos lá próximo a ponte onde ocorreu a situação do desaparecimento de Odair José Martins, um motorista de ônibus que foi arrastado por uma forte enxurrada próximo à estação de tratamento da Sanepar. Foram aproximadamente 7 a 10 dias de trabalho tentando recuperar o corpo. Não conseguimos, infelizmente”, lamenta-se Simões. Uma ponte nova foi construída e, como homenagem, foi batizada em nome do motorista.
Uma outra ocorrência que marcou o subtenente para sempre foi a de uma morte de um bebê de um ano e oito meses. “Foi um acidente ali próximo ao Km 10 em 2004. Na época, minha filha estava com um ano e 7 meses e o bebê tinha um ano e 8 meses. Fomos atender e ela já havia sido socorrida por terceiros: fui vê-la no hospital, mas ela já estava necrotério”, lembrou Simões.
O subtenente também se recordou do resgate que ocorreu em 2020, quando uma criança, o Benjamin, que na época tinha 1 anos e 7 meses, caiu em uma fossa de 10 metros de profunidade que ficava na frente da casa da família. O resgate durou mais de 40 minutos, com risco da tampa cair sobre o menino. “Desci, fiquei protegendo-a até ela ser retirada apenas com alguns machucados”, relembra.
A primeira mulher
Além do marco de quase três décadas de atuação, Rolândia conta com a primeira mulher a ingressar no Corpo de Bombeiros e a fazer parte da equipe rolandense. “Para nós uma imensa satisfação ter uma militar dentro do nosso aquartelamento. Isso inevitavelmente causa a todos nós uma empatia com o seguimento feminino muito maior. Hoje, estamos em condições de igualdade, tendo ela ao lado de uma viatura e ao lado de uma ocorrência, vestindo a mesma farda que e que é digna do mesmo respeito que nós temos”, comenta Adriano Amaral.
A bombeira em questão é Anna Rafaela da Conceição Andrade, 23 anos, que só nasceu em Londrina, mas sempre morou em Rolândia. “Eu poderia ter escolhido qualquer lugar para trabalhar, como Londrina, ou Arapongas, ou seja, a maioria dos lugares aqui do terceiro GB, mas eu escolhi Rolândia porque é uma cidade de que eu gosto muito e onde pretendo ficar e construir minha família e meu lar”, revelou Anna.
Andrade, como é chamada, confessa que nunca imaginou que um dia seria bombeira, mas quando surgiu o concurso quis arriscar e revela que sempre se identificou muito com atividade física. “Eu gosto de nadar e fazer outras atividades, então quando surgiu o concurso me interessei e fui pesquisar a fundo as funções de bombeiro militar. Foi nesse momento que eu me encantei pela profissão e hoje eu me sinto muito realizada aqui”, comentou.
A bombeira também compartilhou que cursa Direito, mas teve que trancar por causa do curso de formação de bombeiros, porém, pretende voltar e finalizar o curso. Ela ainda confessou que ficou com medo do que a esperava no começo. “Eu fiquei com um pouco de receio de como seria, mas eu fui muito bem recebida. Todos me tratam sempre com muito respeito e eu estou me sentindo em casa”, afirmou.
Sem dúvida, o quartel de Bombeiros de Rolândia é um patrimônio não só da cidade, mas também da região, e merece ser reconhecido e homenageado por todos. Parabenizamos todos os militares que fazem parte dessa história e que continuam trabalhando com dedicação e profissionalismo.