Jovem de 21 anos estava preso desde a segunda-feira (19) na Casa de Custódia de Londrina
O autor do ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, foi encontrado morto na noite desta terça-feira (20) na Casa de Custódia de Londrina (PR). O
rapaz, que tem 21 anos e é morador de Rolândia (PR), estava preso no local
desde o dia do atentado, ocorrido na segunda-feira (19).
De acordo com as informações preliminares divulgadas pela Polícia
do Paraná, o agressor teria tirado a própria vida, por volta das 23h30, e foi
encontrado na sua cela. Seu corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal
para averiguações. A morte do atirador foi notada por outro homem com quem ele
dividia a cela, que gritou por ajuda ao perceber o ato gritou por ajuda.
Uma equipe do Samu chegou a ser acionada e constatou o óbito. A
Polícia Civil, a Criminalística e o IML estiveram no local e realizaram os
procedimentos necessários.
PS. O JR – Um Jornal Regional não divulga e nem publica o nome e nem a foto do atirador para não haver um ‘culto’ ou apologia ao assassino, já que existem grupos e pessoas que os tratam como ‘heróis’ pelos atos que cometeram.
Como foi
Na manhã da segunda-feira (19), um ex-aluno de 21 anos, morador de Rolândia,
realizou um ataque a tiros no colégio estadual Professora Helena Kolody, em
Cambé. No ato, ele matou uma adolescente de 17 e deixou ferido o namorado dela,
de 16, que veio a falecer na madrugada da terça-feira (20) no Hospital
Universitário (HU), em Londrina.
O que se sabe
O atirador entrou no colégio de Cambé por volta das 9h15, alegando que
precisa de seu histórico escolar, pois havia estudado ali em 2014. Uma vez na
secretaria, pediu para ir ao banheiro e, ao voltar, já estava de arma em punho
e começou a disparar. Houve corre-corre e muita confusão, com os alunos
fugindo, sendo auxiliado pelos professores, que também fugiam.
O atirador, então, foi contido por um funcionário de uma clínica de fisioterapia
vizinha à escola, que correu ao colégio ao ouvir os tiros. Os policiais
chegaram e o atirador foi preso em flagrante e levado para a delegacia de
Londrina. Carregava com ele uma mochila com um machado e mais munição. Câmeras
de vigilância da instituição de ensino foram recolhidas pela Polícia, o que vai
ajudar a entender o modus operandi do agressor.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que o assassino tinha
um caderno com anotações sobre ataques em escolas, incluindo o ataque em
Suzano, em São Paulo. A secretaria ainda informou que em contato com a família
do assassino foi informada de que ele é esquizofrênico e que faz tratamento
para a doença.
O presidente Lula se manifestou nas redes sociais e lamentou os disparos nas
escolas. “Recebo com muita tristeza e indignação a notícia do ataque do
colégio estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Mais uma
jovem vida tirada pelo ódio e a violência que não podemos mais tolerar dentro
das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho
para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade
escolar”,
Carlos Massa Ratinho Júnior, governador do Paraná, decretou luto oficial de
três dias no estado e lamentou o episódio.
Atirador tinha histórico
Em outubro do ano passado, o rolandense autor do ataque em Cambé tinha
invadido o colégio estadual Souza Naves e tentado esfaquear um outro aluno, que
não o conhecia. À época, ele fazia um curso técnico noturno no colégio. Vestido
de roupas pretas e com uma camisa do ‘Justiceiro’ (ou o Punisher, personagem da
Marvel), entrou no colégio quando os portões foram abertos para os alunos da
manhã irem embora, ao meio-dia. Ele foi a um local em que não havia câmeras e
tentou atacar a um aluno, que não o conhecia. A direção do colégio ligou para a
Polícia Militar, mas o agressor já tinha fugido, apesar de ter sido feito um
Boletim de Ocorrência.
O agressor voltou à noite para estudar em seu curso, foi reconhecido e
abordado pelos policiais da Patrulha Escolar – ele estava sem a faca, mas tinha
a capa preta em sua bolsa, a mesma que usara à tarde. Ele foi levado para a
delegacia, mas não foi ouvido. Também teria dito aos policiais, dentro da
viatura, que ‘tinha feito brincadeira sem graça’.
Em abril deste ano, o mesmo jovem voltou ‘aos holofotes’ depois de elogiar o
autor do ataque à creche de Blumenau, em Santa Catarina, quando morreram quatro
crianças. Ele apagou o comentário depois.