Com o advento da tecnologia, a medicina pĂŽde avançar a passos largos, particularmente nas Ășltimas dĂ©cadas. E essa evolução nĂŁo dĂĄ sinais de ter chegado ao fim; pelo contrĂĄrio, cada vez mais pesquisadores se aprofundam em aprimorar tĂ©cnicas capazes de diminuir o sofrimento fĂsico e psĂquico dos seres humanos, seja tratando, corrigindo, curando, ou mesmo substituindo alguma(s) âparte(s)â imperfeita(s) do organismo por outras mais saudĂĄveis, em busca da longevidade com qualidade de vida.
E Ă© nesse contexto que surge a medicina regenerativa, um campo relativamente novo, jĂĄ que o termo foi citado pela primeira vez num artigo norte-americano em 1992. Sua ĂĄrea de atuação se dĂĄ na aplicação de princĂpios de engenharia e de ciĂȘncias da saĂșde para promover a substituição ou a regeneração de cĂ©lulas, tecidos ou ĂłrgĂŁos humanos com objetivo de restaurar as funçÔes normais do organismo.
TambĂ©m conhecida como âengenharia de tecidos humanosâ, a medicina regenerativa se tangibiliza de diferentes formas, tanto por meio da substituição ou troca de tecidos e ĂłrgĂŁos danificados, quanto pela possibilidade de realizar implantes celulares, na tentativa de fazer um organismo debilitado se recuperar.
Ă nesse ponto que a medicina regenerativa e as cĂ©lulas-tronco se cruzam. As cĂ©lulas-tronco tĂȘm sido as principais responsĂĄveis pela evolução das tĂ©cnicas de regeneração, devido Ă alta capacidade de autorrenovação delas e de diferenciarem-se em outras cĂ©lulas, com funçÔes especĂficas.
Classificadas em tipos distintos â embrionĂĄrias (quando geradas no momento da formação de um feto) e adultas (encontradas em todo o organismo de um ser humano) â por muito tempo, considerou-se que as cĂ©lulas-tronco embrionĂĄrias fossem as Ășnicas capazes de se transformarem em diferentes tecidos. Entretanto, estudos atuais certificam que as cĂ©lulas-tronco adultas, como as provenientes da medula Ăłssea e do sangue do cordĂŁo umbilical, tambĂ©m possuem essa caracterĂstica.
Com isso, ampliou-se um novo horizonte para os pesquisadores, que estĂŁo dedicados a transformar o tratamento de doenças hematolĂłgicas, diabetes, artroses, doenças cardĂacas, esclerose mĂșltipla, entre outras. Essa evolução promove uma mudança de expectativa para uma realidade clĂnica, em que a medicina regenerativa pode ser a mais promissora revolução de saĂșde de um futuro prĂłximo e uma das maiores conquistas da humanidade.
Dra. Camila Mungo, ginecologista, obstetra e ultrassonografista, atende na ClĂnica Sanus de RolĂąndia e Londrina e presta serviço de ultrassonografia fetal Ă clĂnica USPAR de Londrina. F: 3255-1562 / 3322-9764.