Ação nesta segunda-feira (22) faz parte do ‘Paraná Unido no Combate ao Feminicídio’ e envolve diversos municípios
Nesta segunda-feira (22), várias cidades do Paraná realizam a Caminhada do Meio-Dia, 2ª edição do evento que faz parte da programação da campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio. Em Rolândia, a Caminhada terá concentração às 11h30 na praça da Igreja Matriz São José. De acordo com Mariana Picinini, presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), a caminhada tem um propósito educativo e busca promover a conscientização e a discussão sobre o combate ao feminicídio.
A data escolhida da ação é especificamente o ‘Dia Estadual de Combate ao Feminicídio’, estabelecido pela lei 19.873/2019, sancionada pelo governador Ratinho Junior. A data de 22 de julho foi escolhida em referência à morte da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava, vítima do crime, cujo autor foi condenado a mais de 30 anos de prisão.
Apesar de ser a segunda edição dessa ação, esta será a primeira vez que o município participará da caminhada.” “Essa caminhada começou no ano passado, mas não tivemos tempo hábil de participar”, pontuou Mariana. A presidenta do CMDM reforça a importância da participação de mulheres, mas também de homens. A recomendação é que as pessoas que participem da Caminhada do Meio-Dia usem roupa branca em demonstração de paz e respeito à vida.
“Homens, mulheres, crianças, autoridades, representantes da sociedade civil organizada e lideranças religiosas, todos podem se reunir neste momento em memória das vítimas de feminicídio em todo o Paraná. Durante a caminhada levaremos cartazes, balões e faixas, pedindo a conscientização da população na luta contra esse crime”, explicou Mariana.
Feminicídio em Rolândia
O último caso de feminicídio registrado em Rolândia ocorreu em fevereiro de 2023, quando Franciele Gonçalves Bigarelli, de 41 anos, foi amarrada dentro de um carro e teve 90% do corpo queimado. De acordo com Picinini, mesmo sem outros registros de feminicídio na cidade desde então, os números de casos de violência doméstica são altos.
“Nós temos muitos casos de violência contra a mulher registrados em Rolândia. É um número triste, mas é um número que precisa ser conhecido, uma informação que precisa ser divulgada. Não temos casos de feminicídio, mas a nossa intenção é a prevenção para que não tenhamos nenhum caso. No ano passado foram 180 casos registrados, e neste ano já ultrapassamos esse número”, destacou a presidenta.
Rede
Atualmente, além do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, o município conta com outros órgãos de apoio às mulheres, como a Procuradoria da Mulher, a Diretoria da Mulher, e mais recentemente foi instituída a Rede de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher.
O objetivo da rede é o de fortalecer todo o acolhimento, cuidado e garantir que as mulheres tenham mais qualidade de vida. E aquelas, eventualmente, vítimas de algum tipo de violência, tem um órgão para serem atendidas, amparadas, cuidadas e que possam viver de forma digna, independente e segura. As reuniões desse grupo de trabalho são mensais e envolvem diversas entidades e forças de segurança como a Polícia Civil, o Corpo De Bombeiros, a Polícia Militar, o CREAS, Hospitais, o Conselho Tutelar, a secretaria de Saúde, o Ministério Público e o Poder Judiciário.
Todas as mulheres que precisarem de ajuda, podem contar com qualquer uma dessas entidades citadas acima, ou ligue para o 180, que também é WhatsApp. O serviço – Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher – é gratuito, funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionado de qualquer lugar do Brasil.