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Casos de violência contra a mulher crescem em Rolândia

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Cenário cresceu nos últimos meses e preocupa órgãos de políticas públicas; município adere ao ‘Una-se’ e faz panfletagem nesta segunda

Dois feminicídios em menos de seis meses e cerca de 350 mulheres vítimas de vários tipos de violência (física, psicológica, patrimonial etc). Esse quadro para um município do tamanho de Rolândia trouxe preocupações para a Secretaria de Assistência Social e para o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Rolândia (CMDM), além de outros órgãos públicos.


Recentemente, Rolândia aderiu à campanha ‘UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas’, da ONU Brasil, da qual o Brasil é signatário. Ainda nesse tema, o município realiza uma panfletagem na segunda-feira (25), Dia Internacional Pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. Organizada pela Assistência e pelo CMDM, a panfletagem começa às 11 horas nos supermercados Juliana e Boa Compra e no Posto Talismã, na saída para São Martinho.


“Essa campanha é pela conscientização para o fim da violência contra as mulheres e meninas”, afirma Mariana Simões Picinin, presidenta do CMDM. A campanha se junta a outras ações e atividades que já vêm sendo feitas em consenso com o calendário estadual e federal. “A rede de enfrentamento também faz parte: saúde, educação, segurança, assistência, conselho, e diversos órgãos que formaram a rede para encontrar as soluções para melhorar o atendimento às mulheres e às meninas”, pontuou a presidenta.


“Queremos dar visibilidade a todas as datas que fazem alusão aos direitos da mulher”, complementa Michele da Silva, secretária de Assistência Social. Segundo Michele, o cenário em Rolândia preocupa as autoridades. “Até meados do ano passado eram 160 mulheres que sofreram violência e, agora, chegamos a 351. Dessas, não estão mais em atendimento, mas o que preocupa é que 156 delas nem chegaram a ser atendidas e desistiram”, lamenta a secretária.


Michele lembra que 120 mulheres terminaram o processo e que, atualmente, 35 estão sendo acompanhadas, há oito novos casos e 25 mulheres arquivaram o BO. “As mulheres precisam entender que precisam dar continuidade ao processo para que o agressor sofra algum tipo de responsabilização e não se sintam tentados a voltar a cometer a violência, que pode chegar ao feminicídio”, ressaltou.


A secretária também divulgou outros números, referentes às mulheres atendidas. “Temos 159 mulheres com idade entre 26 a 59 anos, 22 entre 60 a 70 anos e oito acima de 71 anos”, alertou. “O objetivo dessa e de outras campanhas é que todas as mulheres tenham suporte e que outras se sintam encorajadas em denunciar a violência sofrida e que os homens se conscientizem que são agressivos. Rolândia não vai aceitar esse cenário contra a mulher”, concluiu Michele da Silva.

Creas é para todas
“A importância do Creas no atendimento de mulheres vítimas de violência é porque está ligado à violação de direitos”, resume Rosangela Costa, assistente social do Creas na Diretora de Políticas Públicas para as Mulheres. “A violação de direitos está na sociedade brasileira e o Creas está disponível para todas as classes sociais. Eu não vou ao Creas porque eu sou pobre ou moro na periferia, vou porque meus direitos estão sendo violados”, alerta. Rosangela lembra que o atendimento pode ser marcado pelo FoneWhats (43) 3906-1113. “A pessoa não precisa ir no Creas, podemos marcar e ir até a casa dela ou a um outro lugar”, revela a assistente.

Roda de conversa
No dia 04 de dezembro, na réplica do Hotel Rolândia, das 13h30 às 17 horas, o CMDM faz uma roda de conversa com a pauta da luta contra a violência a mulheres e meninas. Não é necessário fazer nenhum tipo de inscrição, basta ir até o local (que fica ao lado do Museu Municipal, na avenida Pres. Vargas) e participar. Muitas mulheres podem estar sendo vítimas de vários tipos de violência e não se dão conta disso.

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