As mudanças foram aprovadas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e têm como base o novo modelo de fase única implantado em 2025
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) confirmou alterações no formato do Vestibular 2026, previsto para os dias 26 e 27 de outubro. As mudanças foram aprovadas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e têm como base o novo modelo de fase única implantado em 2025.
Entre as principais mudanças, está a ampliação do tempo da prova do primeiro dia para cinco horas, com 60 questões objetivas e uma única proposta de redação, que antes era aplicada no segundo dia, junto com as questões dissertativas. A redação passa a valer 40% da nota nos cursos com menor concorrência e 30% nos cursos mais disputados, que continuarão com prova discursiva no segundo dia, com duração de três horas. Além disso, o formato será unificado, com apenas uma proposta de texto, em vez da escolha entre gêneros diferentes, como ocorria antes.
A Prova de Conhecimentos Específicos será aplicada apenas para os cursos cuja média da relação candidato/vaga tenha sido igual ou superior a 10 nas três últimas edições do vestibular. A prova terá nove questões dissertativas. Já a Prova de Habilidades Específicas (PHE), exigida para cursos como Música, Artes Visuais, Design Gráfico, Design de Moda e Arquitetura e Urbanismo, será realizada antes da fase única, no dia 14 de setembro.
Redução de oportunidades
As mudanças têm gerado debate entre educadores. A orientadora de estudos do curso Prime em Londrina, Márcia Chireia, aponta que as alterações podem facilitar a logística da universidade, mas reduzem as oportunidades de avaliação mais aprofundada dos candidatos. “A retirada da prova discursiva para cursos com baixa concorrência reduz a exigência de escrita e argumentação. Isso empobrece o processo seletivo”, afirma.
Ela avalia que a antecipação da redação pode ser positiva, por evitar a sobrecarga do segundo dia, que exigia muito dos candidatos. No entanto, ela considera que a proposta única e a falta de informações detalhadas sobre o novo formato dificultam a preparação. “Ficamos sem saber como orientar os alunos. Não se divulga o modelo, a quantidade de linhas, os critérios. Isso cria insegurança e prejudica o planejamento das escolas, além de gerar ansiedade entre os estudantes ”, afirma.
Ela também critica a ausência da disciplina de Sociologia na prova do primeiro dia. “No ano passado, a UEL defendeu a inclusão da Sociologia para todos os cursos. Agora, essa disciplina só estará presente para os cursos com prova específica. É uma incoerência.”
Impacto emocional
Outro ponto levantado pela professora é o impacto emocional das mudanças constantes. “A UEL comunica alterações com pouca antecedência e sem detalhamento claro. Isso gera ansiedade entre os alunos e dificulta o trabalho das escolas.”
Segundo Márcia, há ainda falta de transparência na divulgação de quais cursos terão prova específica. “A universidade quer que o aluno calcule médias de três anos anteriores para descobrir se seu curso terá ou não a segunda etapa. Esse cálculo já deveria estar mais claro e ser divulgado desde o início.”
A professora defende que a universidade promova mais diálogo com a comunidade escolar e maior previsibilidade nas mudanças. “Outras instituições, como a Fuvest, anunciam alterações com um ano de antecedência, promovem simulados e eventos explicativos. Esse modelo favorece a preparação dos estudantes.”
Serviço – Vestibular UEL 2026
Inscrições: 1º de julho a 14 de agosto
14 de setembro: Prova de Habilidades Específicas (PHE)
26 de outubro: Prova de Conhecimentos Gerais + Redação (todos os candidatos)
27 de outubro: Prova de Conhecimentos Específicos (cursos mais concorridos)
