Paulo Sérgio Nogueira, 58, conhecido como “pastor caminhoneiro”, assume o pastoreio da 1ª Igreja Batista de Rolândia, nesse sábado (18). O culto de posse começa às 20h e terá a presença de representantes da Convenção Batista Paranaense, da Associação Batista do Norte do Paraná e de membros das igrejas batistas da região.
Sobre os planos para a igreja que irá pastorear a partir de agora, Nogueira diz que deseja criar algum projeto de ação social. “A nossa principal característica denominacional é o evangelismo, missões, pregar a palavra. Nós também nos envolvemos com ação social”, explica.
Vida, estrada e evangelho
Paulo Sérgio Nogueira é natural de Lins (SP). É casado há 30 anos com Silvia Mara Gonçalves Nogueira, com quem tem duas filhas: Ana Paula e Rosilene – que é casada e mãe da pequena Isabella, de 6 anos.
O pastor conta que se mudou para Goioerê (PR), com 12 anos. Aos 28 anos casou-se e foi morar em Nova Monte Verde (MT). De família católica, Nogueira se converteu ao evangelho em 1988. Após dois anos começou a faculdade de Teologia, em Dourados. “Após a formação, recebi um convite para assumir a Igreja Batista de Quatro Marcos (MT) e, ao mesmo tempo, era coordenador pedagógico do Colégio Batista de Mirasol do Oeste (MT)”, relembra.
Nogueira também pastoreou igrejas em Toledo e Cascavel. Morou quatro anos nos Estados Unidos, onde era pastor de jovens brasileiros e americanos. De volta ao Brasil, passou seis meses em Goioerê e depois foi para Londres, na Inglaterra, onde começou a igreja de língua portuguesa.
Em 2008, novamente no Brasil, o pastor decidiu realizar um sonho antigo: evangelizar os caminhoneiros. “Meu pai foi caminhoneiro”, afirma Nogueira. O pastor passou oito anos dirigindo um caminhão baú pelas estradas do Brasil, com o objetivo de levar a palavra de Deus. “Todos os grupos que você quer atingir, você encontra na cidade. Esse trabalho é diferenciado por causa disso. Você vai encontrar o caminhoneiro na estrada”, ressalta. Ele afirma nunca ter perdido uma carga.
Nogueira fazia frete e o dinheiro servia para sustentar o trabalho missionário, com a compra de bíblias e outros materiais de evangelização. “Distribuí cerca de 3.000 bíblias gratuitamente para os caminhoneiros”, conta.
O pastor relata que ouvir a palavra vinda de um colega das estradas, fazia com que os caminhoneiros tivessem mais confiança no que ele dizia. “Eu encostava um caminhão, eles falavam ‘esse aí é dos nossos’, e conversavam comigo”.
Nogueira organizava paradas de caminhão programadas nos postos de combustível, em parceria com uma igreja local, em que eram feitas ações gratuitas, como cortes de cabelo, aferição de pressão, assistência odontológica.
O caminhoneiro conta que fez muitas amizades e ainda mantém contato com 816 caminhoneiros que conheceu nas estradas, fora centenas de outros que não contatou mais. Nogueira relata que recebe testemunhos de pessoas que tiveram a vida transformada, foram batizados, estão na igreja junto com suas famílias. “O trabalho foi gratificante nesse sentido. A semente foi lançada”, diz.