Estudantes de Londrina criam adesivo biodegradável que alerta para excesso de radiação solar

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Alunas do Colégio Premier Wezen transformaram um problema real em uma proposta com aplicabilidade direta, validada por pesquisas e inspirada em iniciativas já existentes no mercado internacional

Um pequeno adesivo que pode salvar vidas. Foi a partir dessa ideia que alunas do Colégio Premier Wezen, de Londrina (PR), desenvolveram um produto inovador, sustentável e com grande potencial de impacto social: um adesivo biodegradável e acessível que muda de cor conforme o acúmulo de radiação solar, alertando o usuário quando a exposição ao sol já ultrapassou o limite seguro.

O projeto, criado Sarah Milad Barezi e que depois ganhou o reforço de Maria Fernanda Benin Alvarenga e Carolina Fuziki Aktagawa, todas com 15 anos e alunas do primeiro ano do ensino médio, utiliza como base o bergapiteno, uma substância fotossensível presente em frutas cítricas como limão e laranja, que reage à luz UV. Incorporado a um biopolímero vegetal, o material forma um adesivo leve e descartável, capaz de indicar visualmente, por meio do escurecimento, o momento certo de buscar sombra ou interromper a exposição solar.

“Nossa ideia surgiu ao perceber como é difícil saber o tempo certo de parar de tomar sol. Muitas pessoas acham que só precisam do protetor solar, mas a verdade é que não sabem quando o risco começa”, explica Maria Fernanda Benin Alvarenga.

“Não se trata de substituir o protetor solar, mas de criar uma ferramenta de prevenção. O adesivo funciona como um sensor inteligente, especialmente útil para quem trabalha ao ar livre, pratica esportes ou tem a pele mais sensível”, completa Carolina Fuziki Aktagawa.

“Queremos oferecer um alerta complementar, educativo e acessível para todos. Essa solução une ciência, saúde e sustentabilidade em um único produto”, lembra Sarah Milad Barezi.

Segundo dados do INCA, o câncer de pele é o tipo mais comum entre os brasileiros. Outras doenças relacionadas à exposição solar, como psoríase, vitiligo e lúpus, também afetam milhões de pessoas. O adesivo tem potencial para democratizar o controle da exposição à radiação, com baixo custo estimado — cerca de R$ 1,20 por unidade em produção em larga escala.

O projeto foi conduzido pelo professor da turma, Rodrigo Sotana, e pelo coordenador local do programa Jovens for Shools, Alisson Sanches. Eles foram responsáveis pela mentoria e trouxeram, eventualmente, outros profissionais para colaboração.

O professor Sotana lembra que as alunas conseguiram transformar um problema real em uma proposta com aplicabilidade direta, validada por pesquisas e inspirada em iniciativas já existentes no mercado internacional. “Este é um momento marcante e transformador na vida dessas estudantes, uma conquista que será lembrada com muito orgulho e inspiração. É um orgulho acompanhar esse processo”, afirmou Sotana.

“O projeto reforça a proposta do Premier Wezen de ir além das habilidades tradicionais da escola, oferecendo iniciativas que incluem empreendedorismo, educação financeira e desenvolvimento socioemocional”, completou o professor Alisson Sanches.

Para o diretor do Colégio Premier Wezen, João Araújo Silva Filho, o desenvolvimento do projeto por parte das alunas é motivo de orgulho. “Nossa missão é dar apoio e incentivo a nossos alunos, mostrar que jovens como eles e com vontade de transformar o mundo podem começar a fazer isso de dentro do laboratório de uma escola. Assim, incentivarmos outros estudantes a seguirem esse caminho”, afirmou.

O projeto está entre os oito finalistas do desafio nacional promovido pelo programa Jovens for Schools, que envolveu mais de 40 escolas de todo o país. A final será realizada nos dias 13 e 14 de setembro, em São Paulo, com imersão em laboratórios, mentorias e apresentação final diante de uma banca avaliadora composta por nomes de peso, como Breno Perrucho (CEO), Juares Junior (COO da Jovens) e representantes da Link School.

As vencedoras ganharão uma viagem ao Vale do Silício, com visitas a centros de inovação em tecnologia e empreendedorismo, além de uma experiência transformadora de aprendizado com especialistas internacionais.

As próximas etapas do projeto incluem testes clínicos com diferentes fototipos de pele, parcerias com universidades e busca por certificações da Anvisa, Inmetro e Ministério do Trabalho — para que o produto seja reconhecido também como um Equipamento de Proteção Individual (EPI).

O modelo de negócio prevê a entrada inicial no mercado B2B, com distribuição em clínicas e hospitais dermatológicos, e posterior expansão para o varejo, farmácias e e-commerce.

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