O rolandense Antônio Marcos Rodrigues Gonçalves, diretor de assuntos municipais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), usou a tribuna livre durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Rolândia na quarta-feira (01) para esclarecer e desmistificar o estado de greve dos professores da rede estadual.
A greve foi aprovada em nível nacional para iniciar em 15 de março e foi chamada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “A chamada da greve nacional é em defesa do piso nacional dos trabalhadores da educação, nós somos contrários às reformas que vêm acontecendo no país, principalmente aquelas que já tiraram direitos e recursos do setor público”, explicou o diretor de assuntos municipais.
De acordo com Antônio, as medidas são muito prejudiciais não só para os funcionários da educação, mas para toda a população. “Um jovem hoje para se aposentar com a sua média integral, não é com o salário integral, ele terá que começar a trabalhar aos 16 anos e contribuir ininterruptamente por 49 anos para se aposentar aos 65, com as mudanças que virão”, exemplificou.
As motivações no Paraná
Para Antônio Marcos Rodrigues Gonçalves, diretor de assuntos municipais da APP Sindicato, “no Paraná, nós temos uma verdadeira destruição da carreira dos servidores públicos, em especial da educação pública”. Antônio ainda fez duras críticas ao governo pela diminuição da hora-atividade. “Agora (o governo) retira nossa hora-atividade mentindo para a população, dizendo que com a diminuição da hora-atividade o professor vai passar mais tempo com o aluno e pelo contrário, ele terá mais alunos e mais dificuldade com as suas atividades”, defendeu. O rolandense também criticou os parlamentares que não votaram em favor dos servidores públicos.
O diretor de assuntos municipais relembrou que o governo aprovou um projeto de lei para dar fim à greve em 2015 e não cumpriu. “Era para termos data-base em janeiro e não tivemos, temos uma defasagem de 16% no piso”, explicou. Segundo os cálculos de Antônio, o governo economizará aproximadamente R$ 800 milhões em 2017 por não pagar esses compromissos. A economia com a diminuição da hora-atividade gira em torno de R$ 500 milhões. E ainda, foram retirados R$ 5 milhões do fundo de previdência. “Fora o que ele já nos deve de retroativos das promoções e progressões tanto faladas que ultrapassa 500 milhões”, afirmou o funcionário da APP Sindicato.
Ele ainda elogiou a iniciativa de Maria Goreti Freitas Gomes, diretora do Colégio Estadual Kennedy, que realizou uma rifa para realizar uma minirreforma na escola. O governo anunciou que apenas em 10 de março será aberta a licitação da reforma da parte interditada desde janeiro do ano passado, que custará R$ 466 mil. “Mas a licitação da imprensa já saiu, com um valor equivalente a 257 reformas daquela escola. Ou seja, 257 escolas no Paraná poderiam ser contempladas com uma reforma de quase meio milhão de reais se o governo não gastasse tanto com mídia”, criticou. “Temos que cobrar seriedade com os gastos públicos e entender como que é esse processo”, finalizou Antônio.