Setembro Amarelo e a prevenção contra a suicídio

  1. Home
  2. /
  3. Notícias Antigas
  4. /
  5. Setembro Amarelo e a...
O CAPS II de Rolândia realiza oficinas semanalmente, como a que está ilustrada na imagem da fotógrafa Jaqueline Vieira, tratando de temas atuais com seus usuários. Nas últimas duas semanas, foi realizada uma atividade em alusão ao Setembro Amarelo, mês da prevenção ao suicídio. O objetivo da ação, segundo a psicóloga Patrícia Sílvia de Souza foi discutir com usuários e transmitir em forma de texto informações importantes sobre como prevenir o suicídio e buscar ajuda. “Aqui em Rolândia a gente tem se preocupado porque vimos esse número crescer muito, principalmente entre adolescentes”, contou a psicóloga.

As oficinas começaram no dia 28 de agosto, segunda-feira, quando cerca de 15 participantes começaram a discutir o tema. “Eu trouxe um texto para eles que falava sobre mitos que permeiam a questão do suicídio e trabalhei com eles”, revelou Patrícia. Na última segunda (04), a atividade foi concluída com a confecção de uma carta de alerta direcionada a comunidade. “Eles escreveram os textos como se tivessem alertando a população sobre quais os riscos de não se falar sobre o tema e a necessidade de ofertar um espaço de escuta sobre o tema”, explicou a psicóloga. “Eles entenderem que poderiam fazer isso foi muito importante para eles, que eles poderiam fazer um texto que salvaria vidas”, afirmou Patrícia. A partir de fragmentos da carta de cada um, foi feita a construção de um texto coletivo com o objetivo de prevenir o suicídio e salvar vidas. “A gente pretende fazer um panfleto e distribuir durante o mês com o objetivo de alertar as pessoas sobre o risco de não se falar sobre isso e a importância de procurar ajuda”, contou Patrícia.

O número de participantes da atividade que já tentaram suicídio é alarmante. “Todos eles pensaram, foi unânime, mas que tentaram dos quinze, quando eu perguntei só um não tinha tentado”, declarou a psicóloga. Com o atendimento do CAPS e ajuda adequada, esses usuários agora sabem como procurar ajuda ao serem rodeados por pensamentos ruins que o incitam a cometer suicídio. “Eles aprenderam a pedir ajuda, mas não é que eles estão totalmente curados e deixaram de pensar”, explicou. 

Falar sobre suicídio
Patrícia destacou que é imprescindível conversar sobre suicídio e que a ajuda profissional é importante para prevenir o ato. “Falar sobre isso não estimula ninguém a fazer. Ao contrário, abre a possibilidade de alguém que está do seu lado e não teve coragem de falar até hoje, poder falar que está pensando sobre isso que está passando em sua cabeça e você poder salvar uma vida”, afirmou. 

A psicóloga também ressaltou que as maiores dificuldades enfrentadas são o bloqueio social para falar sobre o tema e achar que alguém que tenta suicídio o faz apenas para chamar atenção. Por isso, o Setembro Amarelo está há anos mantendo a discussão sobre a prevenção do suicídio na sociedade e a família e o círculo de amigos também precisam ser orientados em como auxiliar e perceber os sinais de alguém que pensa em cometer o ato e levá-lo para obter ajuda psicológica. “Se a pessoa tiver um espaço para falar, tiver alguém que acolha o que ela está sentindo naquele momento, ela não vai fazer a tentativa”, finalizoua psicóloga Patrícia Silvia. 
Leia, abaixo, o texto coletivo escrito pelos usuários do CAPS. 


Não pense que a cabeça aguenta se você parar
O suicídio é algo que deve ser falado, não pense que você é o único que já pensou em dar um fim em tudo, a maioria das as pessoas, em alguma fase das suas vidas já tiveram algum tipo de transtorno mental, que levaram a terem pensamentos como: “Eu não quero ser um fardo”, deste modo, vêem como única saída acabar com sua própria vida.  Esquecendo assim, que há uma vida lá fora, perdem a esperança, deixam de lutar e batalhar por seu espaço. Ninguém vê o que realmente estão passando, o que sentem.  Até para nós que já passamos por isso fica difícil explicar o que acontecem e que leva pessoas a quererem chegar até a morte tirando sua própria vida. Família e amigos acham que é pra chamar a atenção, é apenas uma coisa banal. E você, julgaria quem passa por isso e sofre em silêncio? Dói. As pessoas tem que descobrir que a vida é preciosa, precisamos além de viver ter qualidade de vida, por isso lute, peça ajuda, converse, procure ajuda de especialistas, pois suicídio é sério e quem faz jamais consegue voltar.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

VEJA TAMBÉM: