Por Samuel M. Bertoco
Continuando nossa série especial sobre um dos maiores anos do cinema, vamos falar hoje de um filme que, na contramão do que vinha rolando, conseguiu manter o cinema blockbuster de aventura leve – ponto que abordamos no primeiro texto da série – que vinha em decadência e que, justamente culminou na explosão de criatividade de 1999. É a exceção que faz a regra.
Múmias são parte do folclore de monstros mais famosos que existem. Mas, nem sempre lembramos que essas versões de monstros que hoje estão no nosso imaginário, na verdade, fazem parte de um “universo” de monstros criados por uma produtora de cinema, a Universal.
As adaptações de Frankestein, Drácula e… da Múmia fizeram muito muito sucesso no início do cinema – alguns filmes são mudos ainda, inclusive – e permearam nossa mente aí por décadas. E algo que eles tinham bastante em comum é que eram filmes de terror.
Essa é a grande mudança do filme de 99. Sai o terror, entra a aventura Pulp que fez absurdo sucesso na década anterior, principalmente com Indiana Jones. A trama – como se alguém ainda não soubesse – é simples, clichê e ótima. Uns malucos descobrem uma tumba, fazem m… e libertam o monstrão enfaixado – que aqui não usa faixa. Ele então sai – literalmente – comendo a galera pra ir recuperando sua força e zaralhar geral através das sete pragas. Cabe aos nossos mocinhos salvarem o dia, sem claro, deixar de fazer umas piadinhas no caminho.
É importante dizer que muito do sucesso desse tipo de filme cai na conta do carisma – carisma, não necessariamente boa atuação – de seus protagonistas e coadjuvantes. E aqui o filme brilha muito. O cast é perfeito, todos mandam muito bem, desde a própria Múmia – que consegue passar um ar sério e de medo que contrasta muito bem com o resto – dos coadjuvantes e, claro, do casal protagonista. Os astros Rachel Weiz e Brandon Fraser são a química em pessoa.
Como filme, é ótimo, como todos vocês já devem – ou deveriam – ter visto. Num ano de filmes densos e pesadões, A Múmia deu um refresco e cravou sua bandeirinha num ano tão concorrido.
Samuel M. Bertoco é formado em Marketing e Publicidade