Por Monsenhor José Agius (in memoriam)
No dia que fomos batizados, recebemos da Igreja uma vela acesa com a seguinte recomendação: “recebe a luz de Cristo!” O símbolo ritual da entrega da vela acesa, na celebração do Batismo, é muito expressivo. Recebemos a luz de Cristo em uma vela, que é sempre um fogo tênue e com o risco de apagar-se com qualquer sopro.
Na simbologia da ritualidade batismal, desde o início da nossa vida cristã, recebemos o primeiro compromisso de não deixar apagar a luz de Jesus Cristo, não deixar apagar a luz do Evangelho, não permitir que a luz de Cristo que se apague em nossas vidas.
Existem muitos modos para mantermos acesa a luz que recebemos no Batismo; um deles é pela fraternidade. O evangelista São João diz que quem ama o seu irmão e sua irmã caminha na luz e quem não ama o próximo caminha nas trevas (1João 2,9-11). O tema da luz, na teologia simbólica de São João, aparece no início do seu Evangelho, no Prólogo, quando diz que a Luz veio ao mundo, mas nem todos a receberam. Depois, ele continua dizendo que o modo para manter a luz de Jesus Cristo, acesa em nós, acontece pelo relacionamento fraterno. O tema da luz não é, portanto, um recurso pedagógico para explicar e fazer compreender o significado da presença de Jesus no mundo. Nem, tampouco, se trata de uma iluminação filosófica ou psicológica, mas de algo concreto, como é o relacionamento fraterno com quem convivemos. Este é um argumento forte para mostrar a necessidade de converter-nos à caridade fraterna e testemunhar a luz do Evangelho acesa em nossas vidas.
Acolhamos o convite do Apóstolo São Paulo, o qual em sua carta aos Efésios 5,8-10 diz: “vivei como filhos da luz. E o fruto da luz chama-se: bondade, justiça, verdade”. Isto acontece em quem ilumina sua vida com o Evangelho e socorre os irmãos e irmãs necessitados!
Monsenhor José Agius
(in memoriam)