A Menina que matou os pais: Confissão

Por Samuel M. Bertoco

É ruim, bem ruim. Podia acabar aqui, mas tem mais umas linhas pra explicar – não precisava – o porquê é ruim.


Bom, pra começar o elenco nunca foi lá essas coisas. Carla Diaz teve seus momentos nos dois primeiros filmes e o destaque – não é como se fosse: nóoosssa que destaque – ficou com Allan Souza e Lima como Cristhian Cravinho, o irmão mais velho e marginal que tinha tudo pra não tá lá.


Mas o pior é o roteiro, da condução da trama, aos diálogos que são uma cereja de lixo em cima de um bolão de mais lixo. Se os dois primeiros filmes ainda conseguiam seguir um fio condutor de uma história já, muito conhecida; e se apoiar principalmente na dualidade entre a versão de cada um do casal assassino. Aqui a trama fica por conta da investigação, e os dias que se seguem após o assassinato.


O problema é que toda ambiguidade que foi construída nos primeiros filmes vai por água abaixo ao mostrar Suzane Richtoffen como uma vilazinha rasa de novela mexicana e Daniel Cravinho como um coitado burro que foi manipulado. E a coisa ainda piora ao entrar mesmo no núcleo policial, pois se sei lá, nos anos 80 e 90 a gente até não tinha a mínima ideia de como funcionava uma delegacia, não da mais pros caras dialogarem e atuarem como se estivessem em Armação Ilimitada – mas soltando uns palavrões aleatórios né, porque hoje policial fala palavrão – pelo menos na TV.


Única coisa que se salva é o final, quando todos vão presos meio ao mesmo tempo e a polícia começa a pressionar a tal “confissão”. Montaram um joguinho de gato e rato meio clichê mas bem fechadinho. Que no final deu certo.


É aquela coisa de tentar espremer até o talo uma história que não tem mais o que contar. Mas…como foi sucesso uma vez, vamos esticar até onde der. Não deu.

Samuel M. Bertoco é formado em Marketing e Publicidade

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