As maravilhas de Oz

Sobrelinhas – por Carla Kühlewein

A menina do vestido azul e sapatos vermelhos, passeando pelas estradas douradas do país de Oz é uma cena bastante conhecida, principalmente aos que vivenciaram a década de 40, quando a Warner Bros estreou nas telonas a primeira versão de “O Mágico de Oz” (1939), com direção de Peter Fleming. Mas o que talvez pouca gente saiba é que essa história foi criada por L. Frank Baum, que a publicou com o título de “O maravilhoso mágico de Oz” (The wonderful wizard of Oz), em 1900.


O livro de Baum traz a história de Dorothy, menina que mora em uma fazenda no Kansas (EUA) com seus tios Ema e Henrique, e seu fiel cãozinho Totó. Até que um ciclone a arrasta com seu fiel companheiro para o país de Oz. Assim que “aterrissa” nesse local, Dorothy percebe que sua casa caíra acidentalmente em cima da bruxa má do Leste, matando-a. No mesmo instante, a bruxa boa do Norte aparece e fica tão agradecida pelo ocorrido que presenteia a menina com o par de sapatos prateados (no filme de Fleming são vermelhos) que pertenciam à bruxa má:


‘— Que foi isso? — perguntou a mulherzinha. Ela olhou para onde eles apontaram e começou a rir. Os pés da bruxa morta tinham desaparecido restando apenas os sapatos de prata.
— Ela era tão velha — explicou a Bruxa do Norte — que secou muito rápido no sol. Ela acabou. Mas os sapatos de prata são seus, e você pode calçá-los. — Ela se agachou, pegou os sapatos e, depois de tirar a poeira deles, entregou-os a Dorothy’.


Então Dorothy inicia a busca pelo retorno a sua terra natal. Para isso, descobre que precisa seguir a estrada de tijolos dourados que leva até a Cidade de Esmeralda, onde mora o Mágico do Oz, o único que poderia ajudá-la. No trajeto, ela faz amizade com figuras pitorescas que a acompanham até o mágico: o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Medroso. Bem, o restante da história você já conhece… Se ainda não, o que está esperando para conferir?


Ainda que este livro seja repleto de fantasia, foi escrito em um momento de profundas mudanças nos Estados Unidos. As bruxas má e boa são denominadas por forças políticas opostas da época neste país: Leste e Norte, respectivamente. Seja como for, há muitas maravilhas em Oz, além de personagens em aventuras por mundos encantados. Que tal (re)descobri-las?

Carla Kühlewein é graduada em Letras Vernáculas e Clássicas (UEL), Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada (Unesp) e Doutora em Literatura e Vida Social (Unesp).

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Carla Kühlewein

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