Por Monsenhor José Ágius
A compaixão está impressa em nosso coração pelo Senhor. Era de esperar que fossemos mais sensíveis, mas, mesmo assim, na hora de ajudarmos quem precisa, damo-nos uma série de desculpas pelas quais nos convencemos de que, nesse caso, temos sérios motivos para omitir-nos, e passamos adiante, aquietada a nossa consciência com falsas justificativas. Para que tenhamos a sensibilidade de ajudar quem quer seja é necessário que esta ideia esteja muito clara dentro de nós. Sabemos por nosso catecismo que fomos batizados para ajudarmos nossos irmãos e nossas irmãs. Conhecemos a doutrina belíssima de Cristo, que se identifica com a pessoa necessitada de ajuda.
Quando, há 60 anos atrás, com apenas 20 anos de idade, decidi que minha vocação era ser missionário nalgum país distante, longe de minha terra natal, era exatamente aquilo que descrevi acima que eu sonhava: ajudar no fortalecimento da fé cristã de outras pessoas ainda desconhecidas. Movido pelos escritos do Apóstolo São Paulo, “ouviram e creram”, acabei indo ao Brasil, sem ao menos saber que língua se falava naquele país e muito menos onde se localizava, numa época que não havia tantos meios de comunicação social.
Por isso, a população da minha comunidade original, onde eu nasci e passei minha infância e primeira juventude, se sentiu honrada em comemorar meus tantos anos de missão de missão. Organizou uma digna comemoração com missa de Ação de Graças presidida pelo Bispo Diocesano Dom Anton Teuma e concelebrada por outros 18 sacerdotes, 10 dos quais trabalharam ou ainda trabalham como missionários no Brasil. Até meu Bispo anterior, Dom Mario Grech, hoje Cardeal Secretário Geral do Sínodo, telefonou do Vaticano para garantir sua presença espiritual nesta oportunidade. Todos nós, sacerdotes e meus familiares, nos sentimos gratos ao povo generoso de Rolândia, onde passei toda minha vida, pela amizade e compreensão que sempre tem demonstrado para comigo. E para testemunhar esta gratidão, o Bispo Dom Anton Teuma deu a bênção aos presentes na Igreja, e a todos os que acompanhavam pelos meios da comunicação social, com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Monsenhor José Ágius