Por Samuel M. Bertoco
Daisy Jones & The Six chegou como uma das fortes candidatas a série do ano. Dramas musicais, ainda mais originais – embora a história seja, em partes, baseada na banda Fleetwood Mac – costumam agradar. Apesar de dar umas escorregadinhas, vale muito assistir – e ouvir.
A série acompanha a criação, auge e repentina separação, no meio de sua maior turnê, de uma banda nos anos 70. A história é contada em forma de documentário, pelos membros da banda, 20 anos depois do último show – o que é um formato bem legal e traz uma agilidade ótima ao roteiro. A ambientação de Los Angeles dos anos 70 é fantástica e a química entre todos os personagens é ótima. Mas a série fica boa mesmo, quando a Daisy Jones do nome da banda entra em cena – e literalmente, na banda. As interações entre ela e Billy – vocalista, que agora passa a ter que dividir as atenções de líder da banda com ela – são o que de melhor há na série.
Só que sua maior força é também sua maior fraqueza. Inevitavelmente a relação entre os dois cai num clichezão bem mequetrefe de triângulo amoroso – ele é casado – e isso fica muito mais tempo que o necessário no foco da história. Outra coisa que incomoda bastante é sempre bater na tecla de que o “sexo, drogas e rock´n roll” é o que traz de ruína aos personagens, como uma desculpa para personagens quebrados, e não apenas o “veículo” por onde seus defeitos se expõem.
Os coadjuvantes tem seus arcos bem feitinhos, embora muito a sombra do principal e bem dentro de clichês também – como o batera boa pinta que não liga muito pra nada e o invejosinho do talento alheio.
Um parágrafo à parte pra falar das músicas, que são ótimas! E, inclusive estão bombando nas rádios e no Spotfy. Destaque para The River e Let Me Down Easy. Ah, e todos eles aprenderam a tocar e cantar as músicas, ou seja, os caras tocaram mesmo, o que é muito massa.
Agora é sonhar que tenha uma segunda temporada – quem sabe uma reunião da banda?
Samuel M. Bertoco é formado em Marketing e Publicidade