Por Monsenhor José Agius
A palavra “Epifania” significa “manifestação”. Neste domingo, dia 8 de janeiro, ela assume o significado mais profundo de apresentação do Menino Jesus aos pagãos, representados pelos reis magos, cujos nomes de acordo com a tradição eram Gaspar, Melquior e Baltasar e que vieram do Oriente para adorá-lo. O chamamento de Deus foi tão forte que aqueles homens resolveram enfrentar uma viagem bem longa. Podemos imaginar outros obstáculos que tiveram de encarar, só conhecidos por quem tinha o hábito de viajar pelo deserto. Sua intenção era reta e, por isso, dirigiram-se à cidade principal da Palestina, procurando pelo rei, para informar-se sobre o lugar onde havia nascido o rei dos judeus. Note-se que, diante da reação assustada de Herodes, só de ele pensar que havia um concorrente ao seu trono e pelo seu desejo secreto de eliminá-lo, a estrela desapareceu. Foi somente os reis magos saírem de Jerusalém que a estrela que a estrela reapareceu, causando-lhes profunda alegria. A divina providência frustrou os planos funestos do rei Herodes e avisou aos reis magos, em sonho, que voltassem para suas terras por outros caminhos.
Temos aqui dois quadros bem opostos. O primeiro é o de pessoas que, após terem conhecido a vontade de Deus a seu respeito, acolhem-na com generosidade. Dificuldades e contratempos certamente terão de ser enfrentados, mas o apelo de Deus é tão claro e evidente que não desanimam: oram para que se manterem no caminho certo, e, se paixões e tentações os desviam do caminho, pedem perdão a Deus, procurando um sacerdote para se confessarem, receberem a absolvição e retomarem a busca da santidade. O outro caminho é o daqueles que também ouvem a voz de Deus, ficam sabendo por qual estrada seguir, mas as paixões não os deixam ir por onde deveriam seguir. Como nos explicou nosso próprio Salvador, “o terreno que recebeu a semente entre os espinhos representa aquele que ouviu bem a palavra, mas nele os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa” (Mt.13,22).
No começo do ano, é costume fazermos propósitos que nos ajudam a sermos felizes; porém, depois de algum tempo, devido a uma serie de oposições, esvaem-se os planos. O mesmo pode nos acontecer no âmbito espiritual. Mas temos junto ao Pai seu Filho Jesus, nosso intercessor, que nos ama e continuamente roga por nós. A cada manhã, devemos pedir-lhe forças, a fim de não desanimarmos de caminhar com Ele. Amém!
Monsenhor José Agius