Por Rafael Morientes
Está chegando a hora, será uma Copa do Mundo totalmente diferente, em um país moderno, muito quente, no final do ano. O Mundial terá pontapé inicial no dia 21 de novembro, com Holanda x Senegal, às 7h (de Brasília); a final será no dia 18 de dezembro.
A tal da Copa do Mundo é diferente mesmo, né! Mexe até com quem não gosta do esporte mais popular do mundo. Se para nós, meros mortais assalariados que assistem aos jogos do televisor a Copa é mágica, imagina quem vai ao estádio e vê in loco? Pois é, o empresário Beto Silvestri é esse cara, desde a Copa do México em 86 ele bate carteirinha nos mundiais. O Brasil não passou da França, mas Silvestri viveu momentos únicos como nos conta. “Eu jantei com o Telê Santana, bebi com Casagrande, Edson, Alemão, foi tudo muito mágico apesar da eliminação para a França de Platini que jogava muita bola”.
A Copa de 90 foi na Itália, a seleção brasileira parou na Argentina de Caniggia, mas Silvestri, dessa vez mais experiente, soube aproveitar bem o maior evento esportivo do planeta. Beto conta que até de briga ele conseguiu fugir, após a eliminação para os hermanos, o empresário trombou com 20 torcedores do Boca, falou em espanhol com eles e até foto tirou (rs).
A terceira Copa foi na terra do Tio Sam, futebol/soccer com pouca repercussão na mídia local, mas com recorde de público. Última Copa com 24 seleções e a primeira que esteve com sedes diferentes, na primeira fase, dois primeiros jogos em San Francisco, segundo Silvestri, o “pior” estádio em que já assistiu a um jogo de copa do mundo, depois atravessar o país até Detroit na costa oeste americana para assistir o Brasil jogar no primeiro estádio coberto da história das Copas, o Pontiac Silverdome.
Em 98, na França, de volta à Europa, ingressos caríssimos, muitos cambistas disfarçados de torcedores, diziam não ter ingresso, mas na verdade estavam vendendo e caro. O Brasil abriu e fechou a Copa no Stade de France em Saint-Denis, ao norte de Paris, pena que não com a taça. França campeã, Copa com 32 seleções, formato até hoje.
2002, primeira Copa na Ásia, em dois países e de ingressos vendidos pelo site da Fifa por sorteio e não é que a sorte estava do lado de Beto, foi sorteado. Estádios maravilhosos e modernos, torcida coreana um capítulo à parte tamanha a animação, dia de jogo deles parava o país, já no Japão apenas um dia normal, até parecia nem estar acontecendo Copa do Mundo. No final Brasil pentacampeão, muita festa verde amarelo.
2006, a sexta copa, novamente em solo europeu, ingressos de novo pelo site, abertura da copa no histórico e emblemático Estádio Olímpico de Berlin, aquele da segunda guerra mundial, mais bonito e remodelado. Dentro de campo vitória dos Italianos, decepção brasileira nas quartas de final e de novo contra a França.
2010, primeira em solo africano, uma copa muita diferente de todas até então, a alegria contagiante dos sul africanos ao som da chata vuvuzela. Espanha venceu uma Copa pela primeira vez e nós ficamos nas quartas de final derrotados pelos holandeses.
Brasil 2014 a gente pula, né? (rs) 7 a 1 Alemanha machuca o coração, mas Beto também estava lá.
Nona Copa, em solo russo, aquela Rússia da Cortina de Ferro que parecia algo inalcançável, estava ali imponente, bela e muito envolvente em todos os aspectos, acho que foi a copa mais intensa de todas, com deslocamentos enormes de trens, mas também paisagens belíssimas e inesquecíveis, e cidades como Moscou e São Petersburgo, uma verdadeira aula de história e beleza, entre tantas outras belíssimas cidades russas. Copa extremamente tecnológica, internet de altíssima velocidade, que deixaram ainda mais deslumbrante tudo que Beto viveu durante quarenta dias em solo russo. Fifa implementou pela Primeira vez o Fan Id, carteira de identidade de cada torcedor que tinha ingresso comprado pelo site da Fifa, Fan Fest novamente bombando sempre com muita cerveja e jogos em tv de altíssimas resoluções. Dentro de campo, vitória da França sobre a Croácia, na final no histórico Estádio de Luzhniki em Moscou, antigo Estádio Lenin, já nós ficamos nas quartas de finais em Kazan derrotados pelos belgas.
Será que no Qatar, Silvestri levará sorte ao time de Tite e verá a seleção campeã pela terceira vez in loco?
Rafael é Jornalista formado na Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, em 2014. Repórter esportivo das rádios CBN / Ayoba/ Mundo Livre FM desse 2015. Instagram: @rafamorientes