Por Monsenhor José Ágius
O Livro da Sabedoria, de autor desconhecido do Antigo Testamento, foi destinado aos judeus que viviam fora da Palestina. Estes, em contato com os pagãos, poderiam perder a fé no Deus de seus pais no meio hostil em que viviam enquanto escravos. Lembra-lhes o autor, então, da proteção divina aos seus antepassados, quando foram libertados por Deus, de maneira milagrosa, da opressão sob a qual viviam em terra estrangeira. Com isso, recordavam que Deus sempre foi fiel, e continuaria a ser com eles também. Esta simples reflexão nos faz lembrar da nossa reunião em torno do altar, quando pela boca do sacerdote, tornamos presente o único sacrifício de Jesus por nossos pecados, morrendo e ressuscitando, reunindo-nos ao Pai. Voltamos para casa alimentados e fortalecidos por seu Corpo e Sangue, para darmos testemunho de seu grande amor por todos nós, amando os nossos irmãos e irmãs e perdoando-os quando nos ofendem.
O Apostolo São Paulo anima a comunidade de cristãos que estavam sofrendo perseguição por parte dos judeus por terem se convertido e recebido o Batismo em nome do Senhor Jesus (Hebreus 10,32-39). Aqueles cristãos eram exortados a permanecerem fieis nas Palavras do Mestre e a perseverarem na sua amizade. Em seguida, como que estivesse se dirigindo a todos nós, ele afirma que a fé é a firme garantia do que se espera, a prova do que não se vê. Como prova, ele cita os exemplos de antigos personagens do Antigo Testamento. Por fim, fala dos já idosos Abraão e Sara, que, contra todas as circunstâncias, acreditaram na Palavra do Senhor e tiveram um filho: Isaac.
Hoje, Nosso Senhor continua a nos pedir que tenhamos fé nas suas promessas de paz, justiça e fraternidade, não obstante o mal que continua crescendo por toda parte. Sem dúvida, essa constatação submete nossa fé a duras penas, mas com o apostolo São Paulo, repitamos interiormente: “Sei em quem pus minha confiança” (2Tm 1,12) – Nosso Senhor Jesus Cristo!
Monsenhor José Ágius