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MEU PRÓXIMO

Por Monsenhor José Ágius

No evangelho de Jesus Cristo escrito por São Lucas, capítulo 10, versículos 25-37 encontramos a belíssima parábola do Bom Samaritano, onde há uma indagação intrigante: “E quem é o meu próximo?”. Jesus nos dá o preceito de amar nosso próximo e para que pudéssemos fazê-lo melhor, quis nos ensinar quem é nosso próximo; para isso nos propõe a parábola do Samaritano.


As relações entre judeus e samaritanos não eram muito cordiais. Um ódio inveterado separava-os desde há séculos. Ao voltarem os judeus do exílio da Babilônia, tinham começado a reconstrução do templo de Jerusalém e recusado a colaboração dos samaritanos, considerando-os meio idólatras. Desde então tinha-se aberto, entre ambos os povos, um abismo. Os samaritanos, por sua vez, tinham construído um templo por conta própria no monte Garizim, e os judeus evitavam o contato com os samaritanos, a ponto de até evitar a passagem por Samaria, quando iam da Galiléia para Jerusalém. Consideravam-nos como pagãos e não os admitiam na categoria de próximo.


Jesus, mostrando-nos o samaritano, que se inclina sobre o pobre judeu ferido e abandonado à beira da estrada e cuidando dele como de um irmão, quer nos ensinar que nosso próximo não são só os amigos e compatriotas, mas também os estrangeiros, ainda que inimigos. E, portanto, também a eles há e estender-se nossa caridade. A caridade cristã não deve excluir ninguém; todos somos igualmente filhos de Deus e consequentemente “todo homem é meu irmão” esse é meu irmão, devo tê-lo como tal, devo ajuda-lo, devo trata-lo e amá-lo como tal. “Vós sois todos irmãos” (Mateus 23, 8).


Só a caridade de Jesus Cristo pode irmanar os povos e cicatrizar as feridas da pobre humanidade. Quantos sofrimentos já causou o ódio dos povos! Quantas famílias desunidas e separadas porque nelas não vibra a caridade evangélica! Quantos corações humanos nos quais aninha-se a maldade, a vontade contraditória, os maus desejos! Quantos irmãos desunidos por vis interesses materiais ou por causa de heranças! Quantos esposos vivem corporalmente juntos, porém com almas e afetos efetivamente separados!


Tudo isso por falta de caridade, por não cumprir o mandamento divino: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (João 15, 12).


O Senhor Jesus nos propõe esta parábola do samaritano e, ao terminar, nos admoesta dizendo: “Vai, e faze tu o mesmo”. Entre os filhos de Deus, entre os redimidos de Jesus Cristo, poderá haver diferentes critérios, diversas opiniões, pareceres opostos, que podem separar e dividir as mentes as mentes dos filhos e filhas de Deus; porém se as mentes puderem estar divididas, não ocorra o mesmo com seus corações, que por nenhum motivo se deve permitir que cheguem à divisão, ao confronto, ao afastamento.

Monsenhor José Ágius

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