O BEM E O MAL

Por Monsenhor José Ágius

VocĂȘ costuma pensar ou dizer com certa frequĂȘncia: sou livre para fazer o que quero, tanto o bem quanto o mal. Mas isso pode ser ambĂ­guo. VocĂȘ Ă© livre psicologicamente para decidir-se pelo bem ou pelo mal. NĂŁo existe força alguma, oculta ou manifesta, que o impeça de decidir. Se vocĂȘ se decide pelo bem ou pelo mal, Ă© o Ășnico responsĂĄvel, e decide-se porque quer fazĂȘ-lo, nĂŁo porque alguĂ©m o pressione ou force a fazĂȘ-lo.


Psicologicamente falando, vocĂȘ Ă© livre, e aĂ­ reside sua grande responsabilidade: saber usar ajuizadamente e com prudĂȘncia da sua liberdade. No entanto, moralmente falando, vocĂȘ de maneira alguma Ă© livre para fazer o que lhe agrade, ou o que bem lhe pareça. Moralmente vocĂȘ Ă© obrigado a fazer o bem e evitar o mal. De tal forma que se nĂŁo fizer, assume a responsabilidade pelo mal praticado ou pelo bem que deixou de realizar. Quando se faz o bem outra coisa nĂŁo Ă© feita senĂŁo o que se devia fazer. Ao fazer o bem, vocĂȘ Ă© simplesmente um ser normal, ao passo que, ao praticar o mal vocĂȘ age de modo anormal para realizar algo indevido, e aĂ­ entĂŁo, vocĂȘ Ă© como mĂĄquina que funciona Ă s avessas.


É verdade que a vocĂȘ nĂŁo estranha que o sol brilhe, que a chuva molhe, que a terra produza plantas e flores, que as ĂĄrvores deem frutos, que o fogo queime, que o gelo congele? Menos ainda deve estranhar se vocĂȘ realiza o bem, porque esse deve ser seu efeito, seu produto, seu fruto, sua ação. Considere, portanto, o transtorno que aconteceria no mundo, se vocĂȘ nĂŁo realizar o bem, e imagine o que aconteceria se os outros tampouco o fizessem; este mundo seria transformado em terra sem plantas, em fogo sem luz e sem calor, sol apagado, ĂĄrvores sem fruto, algo sem vida, algo morto.


Jesus nĂŁo veio senĂŁo para nos dar o exemplo do serviço, conforme lemos no evangelho escrito por Marcos 10, 43-45: “Entre vĂłs, porĂ©m, nĂŁo serĂĄ assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vĂłs seja o vosso servo; e todo o que entre vĂłs quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem nĂŁo veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

Monsenhor José Ágius

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