Por Rafael Morientes
Ano de Copa é assim, a gente fica meio nostálgico, vira e mexe me pego assistindo compactos e melhores momentos de jogos memoráveis. A semana por aqui foi de muita chuva, tempo frio, muito café e memórias esportivas. O que tem me chamado mais atenção é a escassez que temos no futebol de hoje daquele meia clássico de criação, o camisa 10.
Na Série A, o líder Palmeiras não tem esse jogador, por mais que Veiga se esforce, mas ele não é tal jogador. Na Série B temos dois, Tiago Real (na foto), que joga na Chapecoense e já tem 33 anos, e Jean Carlos, do Náutico, com 30 anos e só.
O empresário Beto Silvestri, coloca a culpa na extinção de camisas 10 do nosso futebol nos treinadores. “Invenção dos treinadores modernos, isso acabou influenciando no quase desaparecimento do antigo camisa 10”, opina o agente da DKMS.
Segundo o ex-técnico do Londrina, Vinicius Eutrópio, o camisa 10 de hoje precisa ser mais dinâmico, mais de um atleta faz essa função em momentos diferentes dentro daquele região do campo. “O Brasil priorizou muito a formação de zagueiros, abriu mão de jogadores de criatividade em detrimento de busca de resultados e a conta chegou”, finaliza Eutrópio.
Mas o que pensa o diretor de futebol sobre o assunto? Fomos atrás de Elizeu Elias, braço direito de Sérgio Malucelli no Londrina, que tem o mesmo pensamento de Eutrópio. “A base tirou o talento, o resultadismo fez com que não nascesse mais Djalminhas, Alex, Rivaldos, Ricardinhos, isso empobrece a qualidade do jogo e nos deixa muito tristes”, conclui Elizeu.
Curiosamente, a Seleção Brasileira deve disputar a Copa no Qatar sem esse jogador. Neymar, por mais que tente, não tem essa característica e Coutinho está muito longe de exercer tal função.
Assim caminha a humanidade, já dizia Lulu Santos, com passos de formiga e sem vontade.
“Ai, que saudade do meu 10”…rs
Rafael é Jornalista formado na Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, em 2014. Repórter esportivo das rádios CBN / Ayoba/ Mundo Livre FM desse 2015. Instagram: @rafamorientes