Quem é o cantô? Não é fácil trocar o vocalista

Por Samuel M. Bertoco

Linkin Park revela nova formação e volta aos palcos
Imagem: James Minchin III/Divulgação

Numa banda, apesar de cada um ter seu papel, geralmente o vocalista é o cara que dá a cara da banda. Existem muitas exceções, mas via de regra é isso, por isso que na maior parte dos casos é a posição mais difícil de trocar.


Começando pelo assunto do momento: Linkin Park e sua nova vocalista. O LP foi uma das maiores bandas dos anos 2000, e tinha nos vocais o absurdo Chester Bennington. Chester tinha voz, carisma e presença de; infelizmente, também tinha uma depressão profunda que o levou a tirar a própria vida em 2017 e o Linkin Park acabou. Até agora.


Agora a banda anunciou seu retorno com uma nova música e Emily Strong como cantora, e as internets surtaram. Entre chororôs de “não é Linkin Park” e fãs emocionados eu fico num meio termo. A música nova é fantástica, mas os inúmeros hits antigos não ficaram iguais. Muitos pediram vocalista homem de timbre parecido, eu entendo, mas não concordo, as comparações iriam ser muito mais pesadas. Essa guinada pra algo completamente novo é um tiro mais olhando o futuro do que celebrando o passado, e isso eu respeito.


A história da música inclusive costuma aceitar mais essas guinadas do que uma tentativa de replicar o que já foi. O Black Sabbath conseguiu manter a relevância após demitir Ozzy e trazer Dio, mudando muito sua sonoridade até, pra encaixar melhor. O mesmo fez Van Hallen quando trocou Lee Roth por Sammy Hagar e emplacou 4 álbuns no topo das paradas.


Já manter o “padrão” é mais complicado. Muitas delas viram apenas cover de si mesmas, como vimos no Journey, que foi muito mal nesse Rock in Rio; ou Queen com Lambert, que parece só uma homenagem ao Freddy. A única que consigo lembrar deu na mosca foi o Ac/Dc, que conseguiu trocar seu falecido vocalista por um clone melhorado – eu sei fãs, sei que pra nós é diferente, mas pra muita gente não é – e meteu simplesmente o álbum de rock mais vendido da história.


No fim, não tem muito uma fórmula, mas o importante é ser bom. Música boa é música boa.

Samuel M. Bertoco é formado em Marketing e Publicidade

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