RUPTURA

Por Samuel M. Bertoco

A mais instigante série dos últimos anos. Dará para acabar o texto apenas dizendo: Se você gosta de séries, filmes ou qualquer coisa parecida vá ver Ruptura – aliás se você tá nesse perfil é provável que tenha trombado nesse nome por aí nos últimos meses. Vou tentar arranhar o quão boa, estranha e misteriosa é essa produção da AppleTv – que aliás tá custando R$ 9 minions, baratinho.


O mote é o seguinte, alguns trabalhadores de uma empresa – que em alguns aspectos lembra muito a Apple, inclusive na idolatria pelo seu fundador – sofrem um procedimento cirúrgico que separa sua vida do trabalho com sua vida fora do trabalho. Ahn???? É assim, quando você entra pra trabalhar, você esquece completamente de sua vida lá fora, não sabe onde mora, se tem família, dinheiro, amigos nada. E aí quando você sai acontece o inverso, você não tem nenhuma lembrança do que fez no seu expediente. Esse processo é chamado de … Ruptura.

Então a série acompanha a vida desses caras pela ótica de Mark, que aceitou passar pelo procedimento para esquecer, ao menos por um período de tempo durante o dia, a dor de uma perda. Também acompanhamos a vida de outros três trabalhadores, tão peculiares quanto interessantes, mas Mark – protagonista – é o único que vemos a fundo sua vida fora da empresa. Até porque o legal mesmo é a interação entre os trabalhadores lá dentro, tanto entre eles como com o próprio trabalho em si, que nem eles sabem do que se trata.


As atuações são sólidas, com destaque para o veterano – e premiado – John Torturro, como o funcionário modelo, para que a empresa é, literalmente tudo. Destaque também para Tramell Tilman como o chefe de segurança encarregado de cuidar da galera. Tecnicamente a série é um espetáculo. Tomadas, fotografia, cenário; tudo feito sobre medida para causar os sentimentos que precisam passar no momento, seja estranheza, raiva, dor, amor, amizade.


Pra não dizer que nem tudo são flores, me incomodou a série ter finalizado sua temporada praticamente sem nenhuma resposta sobre seus mistérios. Sei que devem vir várias temporadas por aí, mas é importante que alguns arcos sempre se fechem, e não foi o caso. Nada que estrague esse show de bizarrices e qualidades.

Samuel M. Bertoco é formado em Marketing e Publicidade

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