A importĂąncia das pequenas coisas

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A rolandense Lucimara Gonçalves Paes compartilhou sua histĂłria de vida com o JR e falou sobre esperança e fĂ© diante das dificuldades; Lucimara fez a sua Ășltima sessĂŁo de quimioterapia

Lucimara fez a sua Ășltima sessĂŁo de quimioterapia

Lucimara Gonçalves Paes, 39 anos, mora jardim AmĂ©rica, em RolĂąndia. SecretĂĄria, casada e mĂŁe de um filho de 22 anos, viu a sua vida se transformar completamente no dia 08 de março de 2021, diagnosticada com cĂąncer de mama. “Eu digo que esse foi meu ‘presente’ do Dia Internacional da Mulher. Mesmo com medo e com incertezas, tinha certeza que Deus iria fortalecer a mim e a minha famĂ­lia”, compartilha Lucimara.

O autoexame
Muito antes de receber a notĂ­cia da confirmação do cĂąncer em sua mama esquerda, de alguma forma, Lucimara afirma que sabia que algo nĂŁo estava bem: por meio do autoexame ela detectou um problema. “Fiz o autoexame em novembro do ano passado, em casa mesmo, durante o banho. Em dezembro, fui no mĂ©dico para ver o que que era e depois fiz os exames. Mas eu jĂĄ tinha certeza quando fiz o toque que nĂŁo era algo normal e que eu provavelmente tinha algo”, ressalta.

Sem histĂłricos de casos na famĂ­lia, a rolandense faz parte de uma minoria de mulheres que detectam o cĂąncer antes dos 40 anos. O cĂąncer de mama surge com frequĂȘncia em mulheres a partir dos 50 anos de idade – estima-se que somente 10% dos casos aconteçam antes dos 40. Mas, mesmo sendo a minoria, as pacientes mais novas existem e precisam de cuidados especĂ­ficos. “Os mĂ©dicos falaram que o fato de eu ter descoberto no inĂ­cio foi um fator muito importante e que me auxiliou muito no tratamento (
) sempre digo para as minhas amigas que ninguĂ©m conhece o nosso corpo melhor que nĂłs mesmas, por isso Ă© importante nos tocarmos. Os mĂ©dicos tambĂ©m podem descobrir, mas, em alguns casos, a doença pode estar avançada”, confessa.

Tratamento e cirurgia
Do inĂ­cio do tratamento atĂ© agora, Lucimara jĂĄ passou por oito sessĂ”es de quimioterapia, que jĂĄ terminaram e agora ele vai passar por uma cirurgia no prĂłximo dia 30 de novembro. NĂŁo serĂĄ necessĂĄria uma mastectomia, mas a retirada do quadrante onde se encontra o nĂłdulo. “Depois da cirurgia, vou ter que continuar tomando algumas vacinas e medicaçÔes durante um ano para tratar uma HER2+”, conta.

Algumas mulheres tĂȘm tumores de mama com nĂ­veis mais altos da proteĂ­na HER2. Esses cĂąnceres sĂŁo denominados cĂąncer de mama HER2+ e sĂŁo tratados com medicamentos hormonais, bem como medicamentos especĂ­ficos que tĂȘm como alvo essa proteĂ­na. “Mesmo com as dificuldades, vi muitas coisas e aprendi vĂĄrias outras no tratamento. Entendi principalmente que a dor do outro pode ser maior do que a da gente, e que nĂŁo precisamos de muito para viver, precisamos sempre valorizar as pequenas coisas da vida”, garante.

Lucimara ainda pontua que, continuar tentando ter uma vida normal diante dessas situaçÔes, contribuem para a melhora do quadro, principalmente na questĂŁo emocional e psicolĂłgica. “Acho que continuar tentando manter a vida normal ajuda bastante porque vocĂȘ nĂŁo fica muito com aquilo na cabeça. O fato de eu ter continuado trabalhando fez com que nĂŁo me sentisse desprezada, porque muita gente faz a ligação da doença com invalidez, mas nĂŁo Ă© assim”, acrescenta. AlĂ©m de continuar trabalhando, ela tambĂ©m nĂŁo deixou de fazer uma das coisas que mais gosta: ir na igreja. “Eu vou na Igreja da Ressurreição e continuo participando do meu grupo de oração, no qual busco minha força. O grupo se chama Novo Amanhecer e lĂĄ eu realmente me sinto muito bem e encontro muita paz”, afirma.

Esperança, autocuidado e empatia
Lucimara ainda pediu para que as mulheres realmente se toquem e se conheçam. “Faça o autoexame, pois descobrindo no começo Ă© mais fĂĄcil de lidar com tudo isso. Essa doença tem cura, e eu creio que vou vencer tudo isso, assim como outras mulheres que estĂŁo passando por isso”, disse. TambĂ©m falou sobre a falta de empatia que, Ă s vezes, pode abalar as pessoas, em relação a olhares desagregĂĄveis ou comentĂĄrios sobre a doença. “Percebo que os olhares sĂŁo diferentes, e para mim nĂŁo faz muita diferença, pois nĂŁo ligo para o que pensam, mas nem todo mundo Ă© assim. É preciso ter empatia com a dor do outro, pois ninguĂ©m escolhe estar doente”, ressalta.

Lucimara agradece a todos os familiares pelo apoio, bem como seus amigos, e as pessoas que participam do seu grupo de oração Novo Amanhecer, da Igreja da Ressurreição.

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