A necessidade de se falar da âViolĂȘncia SimbĂłlicaâ; palestra que faz parte da campanha âElas fazem acontecerâ, do JR e empresas parceiras, abordou a temĂĄtica em evento no museu Izidoro Armacollo

Na quarta (15), o Grupo Mulheres do Brasil – NĂșcleo Londrina marcou presença no Museu de Artes Izidoro Armacollo, no Espaço Garten, em RolĂąndia. O encontro contou com a participação de aproximadamente 50 pessoas e foi marcado por discussĂ”es de grande importĂąncia que envolvem a temĂĄtica da violĂȘncia simbĂłlica, tema principal abordado durante a visita do grupo. A palestra fez parte da campanha âElas fazem acontecerâ, do JR e de outras sete empresas gerenciadas por mulheres em RolĂąndia.
Entre as convidadas do evento estavam Giandra Gorgato Cavassani e Carolina SodrĂ©, lĂderes do ComitĂȘ Combate Ă ViolĂȘncia Contra a Mulher, do Grupo. Ambas apresentaram o Grupo, falaram de sua formação e organização, alĂ©m de citar as principais açÔes realizadas por essas mulheres, que atuam de modo voluntĂĄrio com o Ășnico objetivo de ajudar outras mulheres.
âNĂłs somos feministas, lutamos pelo fim da violĂȘncia contra a mulher, somos a favor dos Direitos Humanos, a favor da liberdade de imprensa, a favor da igualdade racial contra qualquer tipo de discriminação, e a favor de um sistema pĂșblico e eficiente de saĂșde, a favor da educação de qualidade para toda a nação e a favor da democraciaâ, pontuou Giandra.
A lĂder Carolina SodrĂ© explicou um pouco mais sobre a questĂŁo do voluntariado do grupo e da importĂąncia que existe quando outras mulheres se engajam. âMuitas vezes achamos que ajuda voluntĂĄria Ă© sĂł quando doamos alguma roupa que nĂŁo usamos mais e levamos para alguma caridade, mas nĂŁo Ă© sĂł isso. Para as mulheres que acham que nĂŁo conseguem ajudar, acreditem, todas temos algo de bom para compartilharâ, ressaltou.
Logo apos, a doutora em Estudos LiterĂĄrios pela UEL, Marina Stuchi, que desenvolve pesquisa sobre os relatos no teatro contemporĂąneo, violĂȘncia de gĂȘnero e feminismo, conversou c sobre o tema principal da noite, a violĂȘncia simbĂłlica. Stuchi deu um âspolierâ de uma performo-palestra que faz em Londrina, em que se coloca em debate a violĂȘncia de gĂȘnero a partir de pesquisa e relatos pessoais. O objetivo Ă© nomear as diversas violĂȘncias para reafirmar a necessidade de identificĂĄ-las e combatĂȘ-las.
Na sequĂȘncia, a pesquisadora tambĂ©m trouxe a explicação mais geral do que Ă© o conceito de violĂȘncia simbĂłlica, que foi elaborado por Pierre Bourdieu, sociĂłlogo francĂȘs, para descrever o processo em que se perpetuam e se impĂ”em determinados valores culturais. âEu afirmo, com toda certeza, que todas as mulheres jĂĄ sofreram violĂȘncia simbĂłlica desde o dia que nasceramâ, ressaltou a doutora.
Durante sua fala, Marina trouxe exemplos reais, especialmente relacionados Ă figura da mulher em capas de revista, de diversas dĂ©cadas, provando que o discurso de violĂȘncia simbĂłlica ultrapassou geraçÔes e que, mesmo nos dias de hoje, ainda existe e precisa ser combatido. âPrecisamos nos posicionar e falar sobre isso. Mossa luta nĂŁo Ă© contra os homens, Ă© contra a toda forma de machismo, misoginia, e contra a essa grande estrutura patriarcal na qual vivemosâ, pontuou.
O evento tambĂ©m teve a participação de representantes municipais, como a vereador Prof.ÂȘ Janaina Beneli (UniĂŁo Brasil), que Ă© a procuradora responsĂĄvel pela Procuradoria da Mulher de RolĂąndia, que na ocasiĂŁo, tambĂ©m compartilhou cartilhas educativas com o tema da violĂȘncia contra a mulher. A primeira-dama, Ana Maria Mungo Maistro, tambĂ©m esteve presente e elogiou o âbate-papoâ da noite.