Apesar dos retrocessos nas políticas de combate ao racismo estrutural nos últimos anos, movimentos antirracistas crescem no mundo
Neste sábado (20), comemora-se o Dia da Consciência Negra em homenagem a Zumbi dos Palmares. A data não pode ser esquecida ou silenciada, pois, mesmo com muitos avanços, principalmente até 2018, nos últimos dois anos o racismo se manifesta de muitas formas e de modos diferentes em vários lugares do Brasil.
Racismo é a denominação da discriminação e do preconceito (direta ou indiretamente) contra indivíduos ou grupos por causa de sua etnia ou cor. É importante ressaltar que o preconceito é uma forma de conceito ou juízo formulado sem qualquer conhecimento prévio do assunto tratado, enquanto a discriminação é o ato de separar, excluir ou diferenciar pessoas ou objetos.
Racismos
De maneira menos direta, o racismo institucional é a manifestação de preconceito por parte de instituições públicas ou privadas, do Estado e das leis que, de forma indireta, promovem a exclusão ou o preconceito racial. De forma ainda mais branda e por muito tempo imperceptível, essa forma de racismo tende a ser ainda mais perigosa por ser de difícil percepção. Trata-se de um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas embutido em nossos costumes e que promove, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial. Não basta ser contra o racismo: deve-se ser antirracista.
Prêmio Zumbi
Em novembro de 2018, a professora Jandira Amélia da Silva Rodrigues, com 75 anos à época, tornou-se foi a primeira pessoa em Rolândia a receber o prêmio Zumbi dos Palmares, que homenageia destaques na defesa dos direitos humanos, no combate à discriminação e ao preconceito racial. Jandira foi a primeira professora negra de Rolândia e foi indicada para o prêmio vereador João Ardigo. Instituído em 2004, o prêmio nunca havia sido dado a nenhuma pessoa ou instituição até que o JR “incitou” a Câmara a homenagear alguém.
Ainda sem Conselho de Igualdade Racial
Em 2016, Rolândia realizou uma Pré-Conferência de Promoção da Igualdade Racial no Centro Cultural Nanuk com o intuito de se criar o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Maico Dida foi o vereador que fomentou essa discussão e chegou a fazer uma lei que criava o Conselho antes de terminar seu mandato. Infelizmente, não foi dado continuidade no processo e tudo continua parado.
Sem feriado
Em novembro de 2014, a Câmara de Vereadores de Rolândia revogou a lei municipal 3.393/2010, que criou o feriado do Dia da Consciência Negra na cidade, 20 de novembro.
A decisão acatou a suspensão determinada em liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), movida pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Sem um Conselho Municipal de Igualdade Racial na cidade, quase não houve nenhuma manifestação com a revogação da lei e do feriado no município de Rolândia.