Encontro entre Legislativo e Polícia Militar debateu medidas para enfrentar o som alto e promover mais segurança na cidade

Um encontro realizado na Câmara de Rolândia, na quarta (30), reuniu representantes do Legislativo e da Polícia Militar do 15º BPM para discutir uma das reclamações mais frequentes da população: a perturbação do sossego público, causada principalmente pelo som alto em áreas residenciais.
O encontro foi conduzido pelo presidente da Câmara, Guilherme Spanguemberg, o advogado Anderson Franzão, e contou com a presença do aspirante Perez, cabo Matelozzo, e dos soldados Martins, Galindo, Neves, Carneiro. Durante a reunião, Guilherme Spanguemberg anunciou que será elaborada uma minuta de projeto de lei que prevê multas para quem for flagrado com som alto. A proposta será enviada ao Poder Executivo, responsável por formalizar e encaminhar projetos de lei dessa natureza à Câmara.
Além da multa, a proposta discute medidas práticas, como a apreensão de equipamentos de som e a orientação clara à população sobre o que caracteriza perturbação do sossego, algo que, segundo a Polícia Militar, ainda gera divergências.
Chamadas à PM
De acordo com o aspirante Perez, 80% a 90% das ocorrências atendidas pela Polícia Militar em Rolândia estão relacionadas à perturbação do sossego e à violência doméstica. “Se conseguirmos reduzir essas chamadas com conscientização e poder de multa, a polícia poderá focar no patrulhamento e na prevenção de crimes mais graves, como roubos e agressões”, explicou Perez.
Perez também reforçou que não é preciso esperar até às 22h para que o som seja considerado crime. “Se o barulho está interferindo no direito do outro a descansar, já configura contravenção penal”, esclareceu. Além disso, ele alertou que, em casos de desobediência, quando a pessoa não baixa o volume após a orientação da PM, a situação pode evoluir para um crime contra o Estado.
Durante a reunião, também foi discutida a importância de envolver as grandes empresas da cidade no processo de acolhimento e orientação de novos colaboradores, especialmente aqueles que vêm de outras regiões do país ou até de outros países. A proposta é que essas empresas contribuam com a integração cultural, informando seus funcionários sobre as normas locais de convivência, como a proibição de som alto e o respeito às leis de trânsito.
Escapamentos e blitz
O encontro também abordou ações conjuntas para coibir barulho de motos com escapamentos adulterados e som automotivo em volume excessivo. Segundo Guilherme, a cidade já alterou o Código de Posturas para prever punições a essas práticas, e agora, com a chegada de novos agentes de trânsito e equipamentos como decibelímetros, a fiscalização será intensificada.
O aspirante Pérez destacou que blitz educativas e preventivas estão sendo realizadas em bairros como Santiago, Perazolo e o centro da cidade. “Não queremos só multar. Queremos educar. Orientamos sobre cinto de segurança, regularização de motos e respeito ao limite de som. Esse trabalho integrado, com assistência social e Prefeitura, é fundamental para melhorar o ambiente urbano de Rolândia”, pontuou.
Novas reuniões com o Poder Judiciário e o Executivo municipal devem ocorrer nas próximas semanas para aprofundar o debate e acelerar as ações. “Se diminuímos as ocorrências de menor potencial ofensivo, a PM terá mais tempo para se dedicar à prevenção. Isso melhora a segurança para todos”, concluiu Spanguemberg.